O Palácio do Planalto agiu com rapidez, após a prisão, esta manhã, do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), que é seu líder no Senado. A presidente Dilma Rousseff decidiu que o mato-grossense Wellington Fagundes (PR) deverá ocupar interinamente o cargo de líder do governo até ser decidido se Delcídio continuará exercendo a função quando sair da prisão. A decisão saiu há pouco, após reunião de ministros Jaques Wagner (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Secretário de Governo) e Edinho Silva (Secretário de Comunicação), informa, em sua coluna em O Globo, o jornalista Ilmar Franco.
Welington vem sendo vice-líder no Senado. O governo está preocupado não apenas com a repercussão política da prisão de Delcídio, mas também com a possível paralisia neste restante de ano de 2015 nos trabalhos do Congresso.
Delcídio era o relator de um projeto de lei muito importante para as contas públicas no ano que vem: o da repatriação de recursos depositados ilegalmente no exterior. As estimativas de receita extra eram incertas, mas sempre na cada das dezenas de bilhões de reais.
Delcídio é o primeiro político com trânsito diário pelo Palácio do Planalto a ser preso a pedido da força-tarefa da Operação Lava Jato. Até agora, Dilma Rousseff e seus ministros mais próximos sempre argumentavam que as investigações sobre corrupção na Petrobras corriam dentro da normalidade e que ninguém do governo ligado diretamente à presidente (que estivesse no dia a dia do governo) estava sendo acusado.