O senador José Medeiros (PPS) defendeu o debate de ideias na política brasileira e afirmou que o governo precisa “achar um rumo” para o país. “É preciso sair dessa pauta tacanha, de simplesmente achar culpados e de se eximir da resolução dos problemas. Nós precisamos é sair da polarização, começar a discutir uma saída para o Brasil e tratar os problemas conjunturais do país”.
Durante o discurso, ele parabenizou o presidente Renan Calheiros pela realização da sessão do Congresso Nacional que analisou vetos presidenciais. Ao sustentar a independência entre os poderes, o senador afirmou que o Legislativo não deve se manifestar somente quando há consenso. “O Parlamento, nesse caso, se manifestou e houve os embates. O presidente pôs para voto. É isso que tem que acontecer”.
O senador defendeu mais uma vez a derrubada do veto ao reajuste dos servidores do Judiciário, avaliando que a medida vetada pela presidente Dilma Rousseff apenas recompõe as perdas inflacionárias. Medeiros contestou os argumentos do governo de que a derrubada do veto iria “quebrar o Brasil” ou causar desvalorização cambial acentuada. “Não tem como o dólar explodir. O dólar já explodiu faz tempo. Nosso problema da economia é outro. Quando se fala qualquer coisa de recomposição para os servidores, eles falam que é ‘pauta-bomba’”.
Ainda durante sua fala, o senador mostrou-se bastante preocupado com a questão da infraestrutura e citou o estado de Mato Grosso, que sustenta 25% da balança comercial brasileira, mas tem toda a sorte de gargalos para produzir grãos. “Temos uma capacidade de produtividade muito superior à dos Estados Unidos. Entretanto, a nossa competitividade é baixa por falta de incentivo, por falta de uma política clara, por falta de infraestrutura”, destacou.
Para José Medeiros, o Brasil carece de uma política desenvolvimentista para o setor agrícola. “Desenvolver é mexer na nossa infraestrutura, é fazer com que os estados produtores tenham tranquilidade para produzir com toda a infraestrutura de que precisam e com melhores estradas para escoamento dos grãos. Nós temos, na verdade, que pensar numa economia com viés desenvolvimentista”.