O secretário de Governo da Prefeitura de Peixoto de Azevedo, Antenor Santos, depôs hoje à tarde e negou que recebesse mensalão proveniente de um esquema de fraudes, descoberto pelo Ministério Público, na prefeitura. Acompanhado de advogado, Antenor negou todas as acusações e disse desconhecer o caso. Só Notícias apurou que, durante o depoimento, o promotor Adriano Alves apresentou a Antenor cópias de pelo menos dois cheques emitidos pela prefeitura, em 2006, que teriam sido trocados e depositados em sua conta. O secretário negou. De acordo com o promotor, Antenor não fez nenhuma acusação aos secretários de Fazenda, Paulo Missassi, e de Administração, Edmar Heller, que estão presos desde sexta-feira, quando foi desencadeada a operação do GAECO (Grupo de Apoio e Combate ao Crime Organizado).
O promotor afirmou, ao Só Notícias, que a quebra de sigilo bancário da prefeitura e de duas contas movimentadas por Aldo Leite (ex-funcionário de uma gráfica) possibilitou rastrear alguns cheques suspeitos emitidos pela prefeitura. “Rastreamos a operação bancária e ficou vinculada a troca do cheque e depósito na conta dele”, afirma Adriano Alves. Cada depósito seria de aproximadamente R$ 6 mil. Aldo Leite, apontado pelo MP como operador do mensalão e que também está preso, confessou em depoimento que fazia repasses mensais variando de R$ 12 a R$ 16 mil, e acusa Antenor e Missassi de receberem o dinheiro, proveniente de fraudes em licitações, venda de produtos e serviços inexistentes.
A situação dos secretários deve ficar ainda mais complicada. Hoje, se apresentaram os empresários Jose Vale e Zenaide Vale, que também tiveram prisões preventivas decretadas, donos de uma empresa que prestava serviços e vendia materiais elétricos para a prefeitura. “Eles confessaram os delitos e envolveram os secretários” , confirmou o promotor, sem mencionar nomes dos acusados para não prejudicar o andamento das investigações. Um outro empresário, que depôs na sexta-feira, disse ter sido beneficiado em licitações por Heller.
Os secretários Edmar e Paulo (marido e primo, respectivamente, da prefeita Baiana Heller) devem prestar depoimento nesta terça-feira. Contra a prefeita não foi formalizada nenhuma denúncia. 11 pessoas foram presas na sexta-feira, por determinação judicial. Paulo, Edmar, Antenor, Aldo Leite e dois empresários permanecem presos.
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