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Sanguessuga: sócios de empresa em Cuiabá devem deletar políticos

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O empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, sócio da Planam junto com o pai, Darci Vedoin, fechou com a Justiça de Mato Grosso um acordo de delação premiada para redução de sua pena. Desde o início da semana, Luiz Antônio vem prestando seguidos depoimentos sobre o esquema dos sanguessugas ao juiz da 2ª Vara da Seção Judiciária de Mato Grosso, Jeferson Schneider, e assim prosseguirá até o fim desta semana.

A informação é do deputado Raul Jungmann (PPS-PE), integrante da CPI dos Sanguessugas, que embarca para Cuiabá com a comissão encarregada de ouvir Luiz Antônio na segunda-feira. Segundo Jungmann, a CPI pretendia ouvir integrantes da família Vedoin ainda nesta semana. A viagem foi adiada a pedido do juiz, para que não houvesse interrupção nos depoimentos do empresário.

No acordo de delação, o empresário pretende obter redução de até um terço da pena. De acordo com um parlamentar que acompanhou as negociações da delação premiada e as investigações conduzidas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal (PF), a expectativa é de que, se colaborar integralmente, Luiz Antônio seja capaz de esclarecer com precisão o envolvimento de 170 parlamentares no esquema e fornecer provas materiais no caso de cerca de uma centena deles.

Em seu primeiro depoimento à PF, a ex-funcionária da Planam e ex-assessora do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino afirmou que Darci Vedoin e Luiz Antônio chegaram a trabalhar com “um terço dos deputados federais (cerca de 170 parlamentares)” em 2004, referindo-se ao “direcionamento de emendas parlamentares mediante o pagamento de propina aos deputados respectivos” e que “cada deputado recebia em média entre 10% e 15% do valor das emendas apresentadas”. Embora tenha decidido colaborar com a Justiça, não é certo que Luiz Antônio abra o esquema à CPI. Familiares temem a pressão de parlamentares envolvidos.

Ao lado do pai, Luiz Antônio é considerado um homem-chave no esquema de venda de ambulâncias superfaturadas com recursos do orçamento. As escutas telefônicas da PF mostram que era Luiz Antônio quem cuidava de toda a parte financeira do esquema, enquanto Darci fazia contato com os parlamentares em Brasília.

Nos grampos, fica claro que ele tem o controle de quanto deve ser repassado a cada parlamentar e assessor do Congresso como pagamento de supostas propinas. Em um diálogo registrado pela PF no dia 17 de novembro de 2005, por exemplo, Luiz Antônio aconselha o pai, que está em Brasília conversando com deputados a adiar um suposto pagamento ao deputado Fernando Gonçalves (PTB-RJ): “Vou dar na semana que vem, que se ele não colocar (emendas para o esquema) é jogar dinheiro fora.” E acrescenta: “Na outra semana a gente coloca 20, 30 mil para ele.”

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