Após a defesa de Serys Slhessarenko (PT-MT) no Conselho de Ética do Senado, o relator Paulo Otávio (PFL-DF) deu fortes indícios de que não pedirá a perda de mandato da senadora pelo suposto envolvimento na máfia das ambulâncias. “Minha sensação hoje é de que a senadora falou a verdade”, resumiu o relator. Durante quase uma hora, Serys negou qualquer participação no esquema. Disse que nunca teve nenhum contato com a família Vedoin e que não acredita que seu genro, Paulo Roberto Ribeiro, tenha usado seu nome para benefícios com liberação de emendas.
Em suas acusações, Luiz Antônio Vedoin, um dos sócios da Planam, afirmou que mantinha contato com Ribeiro, mas negou que ele tenha falado que agia em nome da senadora. Vedoim afirmou que pagou R$ 35 mil ao genro da senadora como propina. Ele, por sua vez, disse que o pagamento foi feito por venda de serviços hospitalares.
“O meu patrimônio político e minha dignidade são minha honra”, afirmou a senadora chorando durante depoimento. Serys acusou também que o envolvimento de seu nome tenha sido feito devido a motivação política. Ela foi derrotada no governo de Mato Grosso.
Paulo Otávio não ouvirá mais nenhuma testemunha no caso e disse que deve apresentar seu relatório em cerca de dez dias. “Ficou claro, em todos os depoimentos, que ela não teve nenhum contato com a Planam, que ela não tinha nenhuma ligação direta com os Vedoin”, resumiu o relator.