O sub-relator de sistematização da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), disse que a partir de hoje (31) à tarde dois computadores serão disponibilizados para o acesso dos integrantes da comissão às informações dos 90 parlamentares investigados por suposto envolvimento no esquema de venda superfaturada de ambulâncias.
Carlos Sampaio disse que para garantir o sigilo das informações, os computadores não serão conectados a impressoras nem terão acesso à internet. “Não haverá impressora e também nenhum programa que permita alterações para que os 32 deputados da CPI possam acessar as informações. Isso é por precaução minha”, disse.
O deputado disse que irá entregar amanhã (1) ao relator da Comissão, senador Amir Lando (PMDB-RO), o sub-relatório que fez durante o fim de semana. Segundo o deputado, os nomes dos 90 parlamentares supostamente envolvidos no esquema estão divididos em quatro categorias.
O primeiro grupo contém documentos e provas “quase que incontestáveis” contra os parlamentares. São aqueles parlamentares que receberam dinheiro da Planam (empresa acusada de liderar o esquema) na própria conta bancária ou nas contas de assessores ou familiares.
O segundo grupo é o que “contém provas robustas” contra os parlamentares. São aqueles que receberam dinheiro em espécie. “E existem outros depoimentos que dão credibilidade ao depoimento de Vedoim (dono da Planam), como o livro caixa da empresa e o depoimento de Maria da Penha Lino (ex-assessora do Ministério da Saúde)”, disse o deputado.
O terceiro grupo é formado por parlamentares que foram mencionados em depoimentos e “talvez o relator recomende diligências da Corregedoria para as providências cabíveis”. O quarto grupo é formado por aqueles parlamentares contra os quais nada ficou comprovado. “São parlamentares que foram referidos, mas não há nada de concreto”, afirmou Carlos Sampaio.
O deputado disse também que as informações divulgadas pela imprensa de que entre 70 e 80 deputados efetivamente estejam envolvidos no esquema “têm muito a ver com a realidade”, mas não quis confirmar o número exato de envolvidos.