domingo, 5/maio/2024
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Sanguessuga: deputado de Mato Grosso pode ter sigilo quebrado

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O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, vai enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) nos próximos dias pedido de abertura de inquérito contra mais 30 deputados suspeitos de envolvimento nas fraudes do esquema de venda de ambulâncias superfaturadas, desbaratado pela Polícia Federal com a Operação Sanguessuga. Os novos indiciados devem se somar aos 15 já sob investigação no STF.

Souza quer também pedir a quebra dos sigilos fiscal e bancário dos parlamentares e intermediários do primeiro grupo de investigados, entre os quais estão os deputados Nilton Capixaba (PTB-RO), Pedro Henry (PP-MT) e João Caldas (PL-AL). OS parlamentares são citados no livro-caixa eletrônico da Planam, empresa que operacionalizaria o esquema. Há registros de supostos repasses de dinheiro para mais de 20 parlamentares e ex-parlamentares, em operações que somam mais de R$ 1,5 milhão.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo deste domingo, os pedidos são embasados em um extenso relatório que conjuga grampos telefônicos feitos pela PF e a documentação apreendida nos computadores das empresas do esquema. Há textos de ofícios atribuídos a parlamentares pedindo liberação de verbas a ministérios, arquivos com o acompanhamento passo a passo de emendas apresentadas por um grupo de pouco mais de 40 deputados, arquivos com nome, número de CPF e da conta corrente de deputados e assessores.

Em uma lista de emendas de 2004 destinadas à compra de ambulâncias e equipamentos ou custeio de ações de saúde, são citados 141 nomes de parlamentares e ex-parlamentares. Aparece ainda o nome do município beneficiado, o número do processo no Ministério da Saúde, o valor a ser liberado e três campos que, segundo uma autoridade que acompanha as investigações, demonstrariam como o esquema se relacionava com os deputados.

Um dos campos seria destinado à identificação dos projetos feitos pelo grupo, outro dos projetos preparados pelo gabinete do deputado e um terceiro informaria se a Planam tinha ou não a senha que permitia o acompanhamento do projeto no site do ministério.

A lista, em conjunto com outros documentos, mostraria como a quadrilha operava no Congresso. O primeiro contato seria com o deputado, que apresentava as emendas para municípios de seu interesse e em muitos casos intermediaria o contato com os prefeitos. Os empresários do esquema, liderados pelo dono da Planam, Darci Vedoin, fariam os projetos pedindo verbas a serem apresentados pelos prefeitos aos ministérios.

Segundo o Estado, os documentos apreendidos pela Polícia Federal indicam que o esquema de corrupção operava não apenas com emendas individuais ao orçamento, limitadas a R$ 5 milhões por parlamentar, mas também com as de bancada, capazes de mobilizar volumes maiores de recursos.

As planilhas mostram que os empresários do esquema tinham a senha para acompanhamento de uma emenda atribuída à bancada de Rondônia no valor de R$ 6 milhões em 2005. Em 2003, a quadrilha acompanhava projetos financiados por uma emenda de bancada do Rio Grande do Norte, de R$ 13 milhões, subdividida em 27 projetos destinados a entidades beneficentes. Os dados estão sob análise do Ministério Público, pois podem indicar o envolvimento de mais deputados, além dos 45 identificados até agora.

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