O ex-prefeito de Sorriso, Dilceu Rossato, que ensaiava uma candidatura ao governo do Estado pelo PSL numa dobradinha com o presidenciável Jair Bolsonaro, confirmou ao Só Notícias, que desistiu do projeto e fez duras críticas ao presidente do seu partido, deputado federal Victório Galli, a quem acusou de usar a sigla como um balcão de negócios ao tentar uma aproximação com o PSDB do governador Pedro Taques, pré-candidato à reeleição.
“Não é que eu abri mão da candidatura. O presidente, depois que entrou, teve uma postura diferente, parece que quer o partido para negócios. Sentou com o Pedro Taques, de quem sou opositor, para negociar. Esse não é meu estilo, eu queria fazer um governo diferente. O objetivo era formar uma chapa com o Bolsonaro para fazermos algo diferente para o Brasil”, declarou.
O político de Sorriso também se sentiu desprestigiado dentro do partido com a postura de Galli, que antes mesmo de uma decisão oficial de Rossato, cogitou a possibilidade na imprensa dizendo que o partido já tinha um plano B, no caso o apoio a outro candidato, e que a prioridade do PSL era a candidatura da ex-juíza Selma Arruda ao senado e de Bolsonaro ao Planalto. Para Rossato, essa postura esconde outra estratégia de Galli. “Ele está usando o partido para se reeleger. Não está preocupado com o restante”, disparou.
Apesar do desentendimento, Rossato disse que se mantém no partido e que vai continuar apoiando as candidaturas de Selma Arruda e de José Medeiros (PODE) ao senado e de Bolsonaro para presidente. Para o governo de Mato Grosso, ele não vê possibilidade de apoio a ninguém, no momento. “Continuo no partido. Só saio da corrida, mas vou apoiar a Selma e o Medeiros, meus senadores. Estou fora de tudo, não fui para o partido para negociar, fui porque vieram ao meu escritório me convidar”, concluiu.
Procurado, Galli não foi encontrado para comentar as declarações de Rossato.