Conforme levantamentos realizados recentemente, dos R$68 milhões de multas aplicadas entre os anos de 2001 a 2004, apenas 1,5% foram pagas. Estes números se referem ás autuações de ações indevidas de desmatamento (queimadas) por parte de produtores rurais. Os números apontam ainda que 90% do parque madeireiro de Mato Grosso não possuem terras, e que a maior parte da matéria-prima é proveniente de fazendas agrícolas e pecuárias. De algodão, por exemplo, são plantados 425 mil hectares, ou seja, de toda a exportações brasileira, Mato Grosso é responsável por 70%.
Estas estatísticas fortalecem o deputado José Riva (PP) quando defende que o maior culpado pelo desmatamento não é o madeireiro. Segundo ele, a derrubada e o desmate acelerado são provocados por outros investidores.
“A sociedade precisa saber que o madeireiro é o maior interessado em preservar. Ele depende da árvore para sobreviver. Por isso, é ele quem cuida da reprodução da espécie e trabalha para a manutenção das florestas”, disse
Riva durante visitas às classes setoriais no Norte do Estado.
Riva concorda que mesmo com o reinicio das atividades nas madeireiras os problemas continuam afetando o setor. “Volto a afirmar que não há proposta política do governo federal para o meio ambiente. O madeireiro sofre demais. A nossa legislação é disforme da nacional, precisamos adequá-las ás necessidades de Mato Grosso e seus municípios e não á vontade do pessoal de Brasília”, disse numa direta crítica a ministra Marina Silva.
Conforme recente declaração de Augusto dos Passos, empresário e presidente do Sindicato dos Madeireiros do Extremo-Norte (Simenorte), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) está
liberando apenas as ATPF’s de saída, que são usadas para transportar a madeira já industrializada para o mercado. Sem o documento de entrada, não há como locomover para as madeireiras a matéria-prima da floresta.
Planos de manejo e os reflorestamentos são, de acordo com Riva, a alternativa inicial para a continuidade da atividade em Mato Grosso, fato comungado pelo líder sindical. “Os planos de manejo e os reflorestamentos
comerciais são a solução para que a atividade madeireira continue existindo”, disse Passos.
Até o ano passado os municípios filiados ao Simenorte (seis) atuavam numa área de 84 mil hectares de floresta, com extração anual de cerca de 2,5 milhões de metros cúbicos (m3) de madeira. Mas para 2005, o madeireiro prevê
queda de 60% (1,5 milhão de m3) na retirada da matéria-prima da floresta.
“A liberação de documentos necessários e outras situações urgentes, como o plano de manejo, vamos cobrar junto ao órgão que estude o caso com mais celeridade. A região Norte vive basicamente da madeira, portanto merece
melhor tratamento”, assinala Riva.