As conversas políticas que o governador Pedro Taques admite publicamente ter com a ex-juíza Selma Arruda podem terminar só em conversa. Isso porque o PSL, partido de Selma, tem uma resolução assinada pela Executiva Nacional provisória, no início de julho, proibindo a sigla de se coligar com o PSDB de Taques, além de outros seis partidos: PT, PCdoB, PDT, PSTU, PCB, PCO, PSOL e Rede.
Ontem o governador admitiu novamente que tem se reunido com Selma, até duas vezes por dia, para tratar sobre política. Nos bastidores, fala-se que ela poderia compor a chapa majoritária tucana como candidata a vice-governadora, com o compromisso de Taques deixar o último ano de governo para a ex-juíza. No entanto, Selma parece mesmo preferir concorrer ao senado, onde está bem cotada nas pesquisas, alegando falta de perfil para o poder Executivo.
Além do interesse político, Selma e Taques tem perfis parecidos. Ela foi a juíza responsável pela prisão do ex-deputado José Riva e já foi chamada de “Sérgio Moro de saias”. Taques é ex-procurador federal e responsável pelas investigações determinaram a prisão do bicheiro João Arcanjo Ribeiro. Ambos ingressaram na política com um discurso moralizador de combate à corrupção.
Mais do que inviabilizar a aliança com Taques, defendida pelo presidente do PSL em Mato Grosso, deputado Vitório Galli, que busca um palanque para sua reeleição, a resolução pode inviabilizar a candidatura de ambos, já que o PT sinaliza uma composição com Wellington Fagundes (PR) e PDT está no grupo de Mauro Mendes. As duas siglas estão na lista de proibições, além do PSOL que não tem qualquer afinidade ideológica com o PSL de Bolsonaro.