quinta-feira, 25/abril/2024
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Publicitário Marcos Valério diz que bomba não vai estourar em seu colo

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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios já tem evidências de que o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza atuou como o verdadeiro tesoureiro do Partido dos Trabalhadores. A movimentação bancária de Valério, de sua mulher e das principais empresas supera 1 bilhão de reais entre 2003 e 2005. Nos últimos dias a comissão trabalhou com dados e documentos referentes a sete bancos privados e dois públicos, duas indústrias, duas telefônicas, uma empreiteira e mais seis empresas estatais.

Os documentos examinados até agora já indicam a possível trajetória dos recursos que foram para o PT e partidos da base aliada. Os parlamentares da comissão já estão se convencendo de que o esquema é mantido por duas fontes primárias — setor público e privado — de onde sairiam os recursos que abasteceram as contas de Valério. “O desafio é identificar a origem dos recursos. A movimentação financeira das empresas de Marcos Valério é desproporcional ao faturamento. E os empréstimos transferidos pelas empresas ao PT cobrem apenas uma parte dos saques. Provavelmente a menor parte”, disse o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), em entrevista ao jornal O Globo, deste domingo.

Por enquanto, estão no foco dessa linha de investigação a siderúrgica Usiminas, a Amazônia Celular, a Telemig Celular, a Fiat Automóveis e a Construtora Odebrecht. Ainda, o Banco Rural , BMG, Banco do Brasil, Banco de Brasília (BRB), Bradesco, Banco Mercantil do Brasil, Banco Panamericano, Banco Alfa e BankBoston. Por esses bancos transitaram os recursos movimentados por Marcos Valério e suas empresas. A maior parte teria sido repassada aos partidos de acordo com os acertos entre Valério e Delúbio.

Também de acordo com reportagem do jornal O Globo, os integrantes da CPI estão convencidos de que o papel de Marcos Valério ia muito além do de avalista de empréstimos ao PT. Ele fazia tráfico de influência no governo federal e nas empresas públicas, servindo aos interesses de empresas privadas fornecedoras do governo e de companhias estatais, concessionárias de serviços públicos, bancos e corretoras de valores. Ele chegou a promover uma reunião de dirigentes do Banco Central, em Brasília, com representantes dos bancos Rural, Mercantil de Pernambuco e Econômico, para defender interesses dos bancos privados. A CPI já identificou perto de 50 pessoas que sacaram recursos das contas das agências SMP&B e DNA Propaganda, de Marcos Valério, no Banco Rural e no Banco do Brasil. “Temos indícios muito fortes de que o mensalão existiu mesmo”, afirma o presidente da CPI, Delcídio Amaral (PT-MS).

Marcos Valério – A bomba-relógio Marcos Valério está prestes a explodir. Neste sábado, ele acusou a direção do PT de tentar lhe aplicar um calote ao não querer assumir a responsabilidade por empréstimos que suas empresas contraíram nos bancos Rural e BMG, por ordem do ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares. Em conseqüências, ele disse que irá à Justiça contra o PT e pedirá o bloqueio do fundo partidário para garantir o pagamento das dívidas.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o publicitário mostrou-se irritado com a informação de que ele chantageou o PT e exigiu 200 milhões de reais, conforme noticiado por VEJA na edição desta semana.

A reportagem de VEJA informa que ele telefonou ao ex-presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP), querendo garantias de que não seria “enjaulado” e dinheiro para garantir um futuro tranqüilo para sua família. Ele nega. Segundo Valério, PT declarou guerra e ele se sente “sem compromisso com ninguém do partido” a partir de agora. Negou que tenha ordenado queima de notas fiscais em Belo Horizonte e afirmou que em uma semana desembarcará em Brasília com “quilos de documentos”. “Quem tiver motivos para preocupação pode ir se preocupando”, disse.””Estão querendo me caracterizar como chantagista para me darem o calote. Isso eu não vou aceitar.”

Segundo a reportagem da Folha, durante os cerca de 15 minutos que durou a entrevista, Valério repetiu oito vezes que não aceitará calote. “Não adianta tentarem me desmoralizar, tentar desqualificar minha palavra. Não vão me dar calote. Não vão jogar esta bomba no meu colo”, disse. Valério disse que suas empresas estão quebradas. Perderam todas as contas de publicidade com o governo federal e os clientes privados “estão pulando pela janela” para não serem envolvidos. Ele disse que está fechando o seu escritórios em Brasília, onde 150 empregados serão demitidos. Disse que está se retirando das empresas, e que sua vida profissional acabou. “Não vão jogar minha honra no ralo dizendo que sou chantagista. Muita água vai rolar debaixo da ponte”.

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