Juízes de oito Comarcas Eleitorais do Nortão reuniram-se, nesta quarta-feira, em Sinop, com o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, desembargador Paulo Lessa, para discutir as eleições do Referendo do Desarmamento. Lessa relatou que a diminuição nos recursos para a realização pleito e a contratação de novos juízes no Estado estão dificultando os trabalhos do TRE. “Nós temos várias dificuldades. Primeiro, a financeira. Recebemos 30% do que foi repassado pela União no pleito do ano passado. Segundo, que nós temos alguns juízes, quase um terço, que entraram agora e nunca presidiram uma eleição. Também temos novos chefes de cartório que foram concursados, analistas, técnicos, do TRE, que apesar de serem pessoas competentes nunca participaram de um pleito eleitoral”, relatou. Cerca de R$ 2,1 milhões foram liberados para o referendo. Em 2004 foram R$ 6 milhões.
A partir de sexta-feira, inicia o período de propaganda que deve orientar a população sobre a votação, que é obrigatória. “Como não há embate político partidário, apenas a vigência ou não do dispositivo legal, talvez não haja tanto interesse da população como tem nas eleições normais, em que se escolhe candidatos, ou mesmo plebiscitos, em que se escolhe sistema de governo ou ato legislativo para o futuro. Mas é importante salientar que o voto é obrigatório com todas as conseqüências de qualquer outra eleição. O eleitor deve participar na urna, ou justificar se estiver viajando, fora do local da votação, da cidade em que mora, para evitar as conseqüências. Porque o voto é obrigatório”, explica.
Ao falar sobre a estrutura da região norte, Lessa compara Sinop e região como de primeiro mundo. “Essa parte da região do norte de Mato Grosso é uma região que eu posso considerar de primeiro mundo, toda essa região. Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop, outras cidades foram muito bem colonizadas e tem uma estrutura de primeiro mundo”, conclui.
No dia 23 de outubro os cerca de 122 milhões de brasileiros aptos a votar responderão se são a favor ou contra à comercialização de armas e munições no país. A lei que já existe no artigo 35 do estatuto do desarmamento, que é de 2003, só poderá entrar em vigor com a aprovação da população. “Então o povo vai escolher se quer ou não a venda de armas e munições no Brasil”, explica Lessa.
Participaram os juízes das Comarcas de Sinop, Clóvis Mário de Melo, de Sorriso, Cláudio Roberto Guimarães, de Lucas do Rio Verde, Túlio Dualib Souza, de Colíder, Flávio Maldonato de Barros, de Alta Floresta, Marcelo Sebastião Moraes, de Peixoto de Azevedo, Emanuelle Navarro, de Juara, Thiago Souza de Abreu, e de São José do Rio Claro, Jurandir Castilho Junior.