O presidente da OAB -Ordem dos Advogados do Brasil- em Mato Grosso, Francisco Faiad, esteve ontem em Sinop reunido com advogados e tratamento assuntos da classe. Ele também reforçou a luta que a entidade começou a travar contra o nepotismo em Mato Grosso em todas as esferas: Executivo, Legislativo e Judiciário. Faiad mandou ofícios para os três poderes solicitando a relação de parentes que foram nomeados para exercer diversas funções.
“O Judiciário foi o primeiro a responder nossa solicitação. Assim como o Executivo e o Legislativo, o Judiciário pratica de forma desvairada o nepotismo em nosso Estado. Não é uma prática isolada de um poder. Todos praticam o nepotismo de forma tranqüila achando que estão corretos nesta atitude. A sociedade já levantou sua voz de dizer não ao nepotismo e a OAB conta com apoio da ABI (Asssociação Brasileira de Imprensa) e da CNBB (Confederação nacional dos Bispos do Brasil) nesta cruzada”.
Faiad também criticou as práticas de nepotismo em Sinop e citou o exemplo da Câmara Municipal de Sinop, que é composta por 10 vereadores. “Tenho conhecimento que pelo menos 6 vereadores têm familiares empregados na câmara. É lamentável que se use dinheiro público em benefício próprio. É desta forma que encaramos o nepotismo: uso do dinheiro público em benefício próprio para quem exerce o cargo”, disparou Faiad. “Entendemos que devam ser contratos técnicos, pessoas capacitadas para exercer cargos de assessorias/função. Mas parece que temos apenas como capacitados parentes de quem exerce mandatos ou cargos de direção. O nepotismo é uma imoralidade com o dinheiro público, uma arbitrariedade”, disse o presidente.
“Como ainda não existe uma lei proibindo esta prática faremos uma campanha estadual com coleta de assinaturas para encaminharmos ao Congresso Nacional onde deve ser votada emenda constitucional proibindo a nomeação de parentes em cargos de confiança/comissionados”, declarou. “Muitos parlamentares federais também praticam nepotismo e devem começar a cortar na própria carne com a aprovação desta emenda”, declarou.
Todas as listas de ‘parentes empregados’ serão encaminhadas ao Conselho Federal da OAB para ser feito um apanhado geral no Brasil desta situação que a entidade repudia.