Uma das decisões tomadas durante a audiência entre o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, e a comitiva formada por lideranças políticas, empresariais e entidades de Mato Grosso e do Pará, foi a busca de locação de recursos para construção de 72 pontes na BR-163 entre Guarantã do Norte (MT) até o porto de Santarém (PA). O encontro aconteceu nesta terça-feira, em Brasília.
O presidente da Câmara, José Pedro Serafini (Pedrinho/sem partido), disse que o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT) irá fazer um levantamento dos custos para “tentar” garantir os recursos no orçamento ainda de 2006. “Isso se houver tempo suficiente, pois as licitações em ano eleitoral só podem ser feitas até três meses antes do período eleitoral e já estamos na metade de fevereiro”, observou. Cada ponte, de acordo com Pedrinho, tem em média 10 metros de comprimento. “Se pelos menos as pontes fossem construídas já seria alguma coisa”, assinalou.
Pedrinho, que voltou “decepcionado” da audiência, contou que o ministro disse que não há recursos disponíveis para o asfaltamento de toda a rodovia até porto (cerca de 900 quilômetros). O que há no Orçamento da União, segundo ele, é a liberação de R$ 61 milhões para os dois Estados, R$ 26 milhões para Mato Grosso e R$ 35 milhões para o Pará. Recursos insuficientes para executar a obra. “Só no trecho de Mato Grosso o custo total da obra é de R$ 40 milhões. O Estado teria que entrar com uma contrapartida de R$ 14 milhões que não há nada definido”, ressaltou Serafini. “E as lideranças políticas do Pará são quem irão decidir os trechos as serem asfaltados. Então não significa continuidade de asfaltamento da rodovia a partir da divisa”, completou.
Para José Pedro, “há falta de interesse político do Governo Federal e do Pará em investir na rodovia”, e acredita que nos próximos três anos a BR-163 irá ficar do jeito que está. O que poderá melhorar, segundo ele, será a construção das 72 pontes.