O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, decide nas próximas 48 horas se vai continuar no cargo. Severino Cavalcanti foi aconselhado por líderes partidários, que se reuniram com ele na noite desta quarta-feira, a renunciar.
Segundo a avaliação dos líderes, Severino teria mais duas opções: pedir licença da Presidência ou enfrentar o processo do Conselho de Ética no exercício do cargo.
O quarto-secretário da Mesa, João Caldas (PL-AL), afirmou que o diálogo com os líderes foi franco e sem rodeios: “A posição dele é que vai prevalecer no final. Nós estamos sendo muito francos com ele, muito claros. A situação política é insustentável. É muito crítica. Ele está querendo enfrentar, mas o aconselhamento geral é da renúncia.”
Posição legítima
Já o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), considera legítimo o presidente da Câmara responder às acusações no exercício do cargo. “Eu acho que a situação dele piorou. Agora, quanto a ser ou não insustentável, é preciso enfatizar sempre que nós temos que percorrer todos os caminhos legais. Ou seja: qualquer um, qualquer cidadão brasileiro, tem que ter o direito à defesa. Portanto, se o presidente Severino Cavalcanti decidir que vai se defender no cargo, será uma decisão dele.”
Empréstimo
O advogado do presidente da Câmara disse que o cheque de R$ 7.500 mostrado pelo empresário Sebastião Buani foi um empréstimo do empresário Sebastião Buani ao filho dele, Severino Cavalcanti Júnior, para pagar despesas de campanha em Pernambuco. Eduardo Alckmin disse que Júnior pediu à secretária de Severino, Gabriela Kênia Martins, para descontar o cheque.
Alckmin afirmou que o filho de Severino tinha que pagar algumas contas de campanha em Brasília e pediu a Gabriela Martins que fosse ao escritório de Buani, que fez o pagamento em cheque. O advogado do presidente da Câmara falou que o cheque seria usado para pagar despesas em uma gráfica de Brasília, cujo dono é identificado apenas como Fabiano.
Declarações inconsistentes
Para Eduardo Alckmin, o aparecimento do cheque mostra a inconsistência dos depoimentos do dono do Restaurante Fiorella. O advogado compara as duas versões apresentadas por Buani e diz que, na primeira, o “mensalinho” teria começado em 2003, data do cheque que seria endossado por um motorista. Na segunda versão, o “mensalinho” começa seis meses antes, e o cheque é endossado pela secretária de Severino.