O presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios, Valdecir Luiz Colle, ressaltou que as medidas anunciadas pela presidente Dilma Rousseff durante a XVI Marcha a Brasília não foram bem esclarecidas. Os prefeitos mato-grossenses ficaram decepcionados como os demais, de outros estados. Na sua opinião, o aporte financeiro anunciado por ela deveria ser feito em apenas um repasse e não parcelado.
Ele informou que para Mato Grosso serão repassados R$ 55 milhões do bolo. Trata-se de um aporte financeiro para que os prefeitos possam pagar folha de servidores ou fornecedores. Ele disse que este valor rateado e ainda parcelado não significa muito recurso. Citou como exemplo, que um município que tem 0,8% de FPM, receberá apenas R$ 284 mil. "Na realidade, os municípios de Mato Grosso precisam neste momento é de R$ 150 milhões como aporte".
Chiquinho frisou que a expectativa dos prefeitos era o anúncio de um novo Pacto Federativo e os 2% do Fundo de Participação dos Municípios, além de mais recursos para a Saúde e Educação. Ele disse que a Confederação Nacional dos Municípios vai solicitar o encaminhamento de uma proposta ao Congresso Nacional para ver se consegue a aprovação de 2% do Fundo de Participação dos Municípios. Ele disse que as vaias dos participantes da Marcha para a presidente Dilma representam o sentimento atual dos gestores.
A presidente não deu a devida atenção ao reajuste dos programas sociais. Os prefeitos esperavam o reajuste dos programas e não foram atendidos.
O Programa de Atenção Básica para a Saúde, por exemplo, destina apenas R$ 3,00 por habitante. Este valor é insuficiente para atender a demanda da população. "Na minha avaliação, o pacote anunciado deixou a desejar. Esperamos que haja uma modificação. Há sempre uma esperança", assinalou.
Ele disse que a marcha valeu a pena por mobilizar os gestores e o trabalhão da CNM é reconhecido por todos. Esta foi uma das maiores marchas de mobilização em Brasília. Ele lembrou que já foram conquistados alguns avanços nos eventos anteriores.