As principais dificuldades dos prefeitos para gerir a área da saúde foram apresentadas, hoje, ao secretário de Estado de Saúde, Marco Bertúlio, que realizou um atendimento a gestores na sede da Associação Mato-grossense dos Municípios, em Cuiabá. A agenda com os prefeitos foi articulada pelo presidente da AMM, Neurilan Fraga, visando facilitar o acesso dos gestores ao titular da pasta estadual.
O presidente disse que os municípios enfrentam inúmeras dificuldades para administrar o setor, que requer investimentos constantes do poder público. “Entre as principais demandas estão ambulâncias, regulação de vagas de média e alta complexidade, exames, consultas, cirurgias, entre outras necessidades”.
O secretário destacou a importância dos atendimentos para ouvir os gestores e contribuir com a gestão da saúde em Mato Grosso. Bertúlio frisou que a intenção é construir alternativas em conjunto para solucionar os problemas dos municípios.
A prefeita de Sapezal, Ilma Grisoste Barbosa, disse que a judicialização da saúde é um dos principais problemas enfrentados pela gestão municipal. Ela ressaltou que o município é constantemente acionado judicialmente para realizar atendimentos que são de responsabilidade do estado. A prefeitura gasta anualmente de R$ 500 mil a R$ 600 mil para atendimento a essas demandas, que incluem cirurgia de alta complexidade, entre outros procedimentos. “Estamos aqui para achar uma solução para esse gargalo que está prejudicando o município”.
O prefeito de Alto Garças, Cezalpino Mendes Teixeira Júnior, afirmou que ainda há recursos a receber do Estado, o que prejudica o atendimento à população. Além disso, ele ressaltou a dificuldade de atendimento no hospital regional de Rondonópolis, que atende pacientes de Alto Garças e de outras cidades da região. “Entre as principais dificuldades estão a realização de cirurgia, internação e agendamentos”.
O vice-prefeito de Brasnorte e secretário de Saúde da cidade, Nilson Júnior, propôs ao secretário estadual uma parceria para que o governo ajude a manter o hospital do município, que possui 31 leitos e atende cerca de três mil pessoas mensalmente. A unidade recebe R$ 69 mil do Ministério da Saúde, porém, os gastos giram em torno de R$ 550 mil mensais. “O complemento para manter o hospital é feito com recursos próprios”. O secretário também frisou a dificuldade para contratação de médicos, pois apesar da alta remuneração oferecida, poucos se interessam em atuar no interior do estado.