O prefeito Wilson Santos, de Cuiabá, vai insistir na proposta que prevê a redução da participação financeira dos municípios nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), caindo de 20 para 10%. Se valendo da história, Santos foi buscar no dia 26 de novembro de 2006 uma frase do próprio presidente Luís Inácio Lula da Silva, proferida na cidade de Barra do Bugres, em Mato Grosso, para justificar seu posicionamento. Naquela época, Lula disse que “só um maluco para desejar ser prefeito no Brasil, cujos municípios estão falidos”.
“O presidente sabe claramente da pequena capacidade de investimento próprio nos municípios brasileiros. E uma das possibilidades do avanço do PAC com sucesso seria a redução da contrapartida dos municípios e Estados brasileiros. Hoje quem tem muito dinheiro é a União, os Estados e municípios passam por momentos difíceis. A redução pode ser pela metade” – diz o prefeito, em entrevista publicada pelo Terra Brasil.
Na mesma entrevista, o prefeito evitou um confronto com o secretário executivo do Ministério das Cidades, o cuiabano Rodrigo Figueiredo, que atacou o prefeito ao dizer que Cuiabá era a cidade cujo cronograma das obras estavam mais atrasados em todo o Brasil. “Não entendo como críticas o posicionamento dele, mas sim como modo diferente de ver” – aliviou o prefeito, outrora conhecido como “Galinho” pelo seu estilo briguento. “Existe também a angustia dele junto com o ministro Marcio Fortes, da ministra Dilma e do próprio Lula, que querem desesperadamente ver o PAC acelerar o máximo. Nós também comungamos desse desejo”.
Santos confirmou que está sendo criada uma secretaria extraordinária para administrar o PAC, cargo que será ocupado pelo economista João Vieira. “Por ser um projeto muito complexo e volumoso financeiramente, não é possível dar a velocidade que todos nós queremos. Há uma série de entraves burocráticos, há uma série de elementos burocráticos que retardam o andamento das obras, tanto em Cuiabá como em qualquer capital brasileira. Das obras lançamento do PAC, apenas 9% estão prontas, concluídas. Cuiabá está no ritmo nacional, a cidade é, em Mato Grosso, a mais avançada do PAC” – explicou.