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Prado pede ao STJ liberação para investigar Assembléia

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O procurador-geral de Justiça do Estado de Mato Grosso, Paulo Roberto Jorge do Prado, e outros dois procuradores protocolaram no Superior Tribunal de Justiça (STJ) recurso para sustar os efeitos de uma liminar concedida pelo Tribunal de Justiça que impede os procedimentos em 140 inquéritos civis. Esses inquéritos, que se desenrolam há três anos, têm por objetivo a apuração de desvio de dinheiro público de cerca de R$ 100 milhões na Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso.

As denúncias foram apresentadas durante a audiência concedida pelo presidente do STJ, ministro Edson Vidigal, aos procuradores Paulo Prado, Roberto Aparecido Turin e Miguel Slhessarenko Jr. Os procuradores protocolaram petição hoje. A decisão deve ser conhecida dentro das próximas horas.

“Nas investigações constatamos empresas fantasmas que teriam recebido recursos públicos para prestarem serviços à Assembléia Legislativa. Ao verificarmos os endereços dessas empresas, descobrimos que são terrenos baldios, casas humildes cujos cidadãos sequer são proprietários das tais empresas. Com isso, milhões e milhões de reais foram desviados dos cofres públicos e nós queremos saber no bolso de quem esse dinheiro foi parar”, disse o procurador Paulo Prado.

O procurador disse que as investigações apontam para o primeiro secretário da AL-MT, deputado José Riva (PP), e para o deputado Humberto Bosaipo (PFL). As investigações estão sendo desenvolvidas há três anos e, segundo Paulo Prado, existe o envolvimento de mais 13 pessoas. O grupo de procuradores manifestou estranheza com a liminar manuscrita concedida no dia 19/12/2005 por desembargador do TJ-MT que “tranca” todas as investigações.

Queda de braços

De acordo com a petição protocolada pelos procuradores estaduais, os inquéritos civis tiveram início a partir da mega-operação “Arca de Noé”, deflagrada pela Polícia Federal juntamente com o Ministério Público Federal e Ministério Público estadual. Naquela ocasião foram apreendidas centenas de cheques da AL-MT em estabelecimentos de ‘factoring’de propriedade de João Arcanjo Ribeiro, o “comendador” Arcanjo.

Ainda segundo a petição, os cheques foram emitidos “em nome de empresas de fachada”, como, por exemplo, a Cosmo Publicidade e Eventos Ltda., O S Ribeiro Serviços (Dedetizadora Mundial), ALC Silva Serviços e Papelaria Malboro. Os promotores informaram que há casos de empresas inexistentes e outras que estão irregulares. Por isso os inquéritos civis foram iniciados para “comprovar se estas empresas realmente prestaram serviços ou forneceram bens à Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso ou se simplesmente foram utilizadas para o desvio de dinheiro público”, diz a petição.

E prosseguiram: “À toda evidência, o impetrante conduziu o ilustrado relator a equívoco, quando, ao reivindicar a extensão dos efeitos da liminar concedida no Mandado de Segurança nº 41217/2005, aos demais inquéritos civis contra si manejados, afirmou que os fatos apurados nos inúmeros procedimentos investigatórios eram os mesmos”. Com isso, o deputado Bosaipo tentou mostrar que os vários inquéritos civis são idênticos, mas os procuradores afirmam que cada procedimento tem por objetivo a investigação de determinada irregularidade.

“Cada um dos inúmeros inquéritos civis instaurados em desfavor do impetrante corresponde a uma investigação autônoma, independente, sendo que cada inquérito investiga uma empresa fornecedora diversa, que recebeu cheques em condições suspeitas da Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso”, disse o procurador Paulo Prado.

Durante a audiência, o ministro Vidigal ouviu atentamente o relatório apresentado pelo grupo de procuradores. Ao término da reunião, eles reclamaram que as denúncias não têm chegado às páginas dos jornais locais nem têm sido levadas ao ar pelas emissoras de televisão regionais. De acordo com Paulo Prado, os jornais de grande circulação, como ‘O Estado de S. Paulo” e “Folha de S. Paulo”, quando publicam alguma reportagem sobre os fatos, sequer chegam às bancas.

“Os exemplares são comprados. Isso tem impedido a população de tomar conhecimento dos desmandos que ocorrem e agora estão chegando ao conhecimento das autoridades de Brasília, como é o caso do presidente do STJ, ministro Edson Vidigal”, disse o procurador.

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