O Partido da República em Mato Grosso corre o risco de sofrer uma “debandada” de lideranças. Dentro da sigla há um foco considerável de pessoas que se dizem insatisfeitos. São basicamente pré-candidatos a deputado estadual. Vereadores como Ananias Filho, de Rondonópolis, por exemplo, vêem pouco espaço dentro da legenda para novas lideranças interessadas em disputar as eleições, no ano que vem, para o cargo de deputado estadual. Ananias é um dos que admitem até deixar a sigla.
O presidente da Câmara de Vereadores, Hélio Pichioni, também fez coro Ananias nesta questão. Ele que também é pré-candidato do partido reconheceu que há dificuldades para a viabilização de candidatura dentro do PR.
Um dos pontos que tem atrapalhado o projeto é a possibilidade da sigla republicana se coligar a outros partidos, diminuindo o número de vagas. A possibilidade de um chapão com o PT e PMDB, por exemplo, deixaria no máximo 11 vagas para a sigla, sendo que seis já seriam automaticamente ocupadas pelos deputados estaduais da sigla. “O grande problema é que o partido não quer discutir isso com a gente”, queixa-se Ananias Filho.
O vereador criticou os dirigentes do partido pela forma que estão conduzindo a formação de candidaturas a estadual. “Dessa forma o partido não se fortalece, o certo é fazer como fizemos nas eleições para vereador aqui, quando lançamos uma chapa forte e bem estruturada, dessa forma o PR corre o risco de eleger poucos deputados”.
Na região Sul, da forma que está, segundo Filho, o PR deve lançar somente os deputados Jota Barreto e Sebastião Machado Rezende que concorrem à reeleição. “Talvez ainda há espaço para o Nininho [ex-prefeito de Itiquira]”.
O vereador que chegou ameaçar a sair da legenda, vai continuar no PR em razão da fidelidade partidária. “Queria sair com a autorização do partido como fez a ex-ministra Marina Silva com o PT, dessa forma não colocaria em risco meu mandato, mas eles [PR] não querem dessa forma, então vou ficar”, completou o insatisfeito republicano.