O Partido Progressista (PP) em Mato Grosso está a um passo de caminhar nas eleições de outubro próximo com a candidatura a reeleição de Silval Barbosa (PMDB) em que pese ainda protelarem um anúncio definitivo. A "senha" para o possível entendimento foi a decisão da cúpula nacional do partido reunida ontem com a bancada federal que acabou não optando nem pelo apoio a candidatura da petista Dilma Roussef, nem pelo apoio ao tucano José Serra que nos últimos dias "flertou" com o PP e a possível candidatura do seu presidente, senador Francisco Dornelles como candidato a vice do PSDB.
Entre apupos de um lado e afagos de outro o partido tem sua preferência mesmo não pela eleição presidencial, mas sim pela composição de suas bancadas na Câmara Federal e no Senado, onde Dornelles é seu único representante e de preferência pelo crescimento da representação, que na realidade do mundo político é quem tem força, tanto é que o PMDB está assim há anos e participando de todos os governos de plantão, ou seja, apenas com deputados e senadores.
Da decisão da executiva nacional pode se tirar as seguintes posições: as Estados têm independência total para fazer alianças. A executiva nacional pediu apenas que todas as regionais tirem uma posição no que se refere à disputa presidencial até o final de maio. Todos os militantes do PP têm o direito de conversar e discutir com quem bem entenderem sobre a disputa nacional, desde que deixem claro que a posição partidária será definida pela executiva nacional, em junho.
O PP é objeto de desejo do PT e do PSDB porque pode render aos candidatos majoritários (presidente e governadores) mais 2 minutos e 48 segundos diários ao longo dos 45 dias de propaganda eleitoral gratuita no rádio e televisão. "Tivemos uma demonstração da liberdade que o partido dará nacionalmente para os Estados definirem seus rumos", disse o presidente do PP, Chico Daltro, que exerce o mandato de deputado federal no lugar de Pedro Henry, vice-presidente nacional da sigla. O presidente da Assembleia, José Riva, pontuou a tendência do PP em Mato Grosso estar com Silval Barbosa, mas preferiu colocar as coisas com cautela, ou seja, "ainda é cedo para decidirmos".