O deputado federal e presidente do diretório regional do Partido Liberal-PL, Welinton Fagundes, disse ontem que a legenda mantém os diálogos visando a formação de alianças eleitorais no Estado, mas só realizará sua convenção no dia 30 de junho – data limite definida pela Justiça Eleitoral.
O deputado confirmou que as conversas envolvem principalmente o PT, PMDB e o PPS, mas estão parcialmente paralisadas por conta da lei que obriga a repetição nos estados das alianças fechadas pelos diretórios nacionais dos partidos..
“O diálogo continua, mas acredito que qualquer definição só será possível após o fechamento das alianças em nível nacional. Por isso estamos dispostos a adiar ao máximo a definição do PL. Só vamos definir na última hora, do último dia”, explicou o parlamentar.
Sanguessugas
Weliton Fagundes também falou sobre a decisão da Câmara dos Deputados em encaminhar à Procuradoria Geral da República-PGR as investigações sobre o envolvimento de parlamentares no desvio de recursos do Ministério da Saúde. Para ele a decisão foi acertada e deve acelerar a elucidação do caso.
“Na verdade esta deveria ter sido a decisão inicial. Além de se precipitar, a Câmara dos Deputados errou ao basear-se em documentos não periciados para fazer a tão famigerada lista. Aliás, houve manipulação. Pessoas que integravam a mesa e foram citadas pela PF não apareceram na lista divulgada pela Câmara dos Deputados e só tiveram seus nomes revelados após a análise pela PF dos computadores apreendidos com a quadrilha”, denuncia Fagundes.
O nome de Welinton foi incluído na lista de acusados a partir de uma gravação feita pela Polícia Federal em que dois integrantes da quadrilha citam o suposto pagamento de propina pelo prefeito de Juara. O parlamentar disse que já encaminhou sua defesa à PGR e que espera ter seu caso apreciado até a próxima semana.
“Encaminhei a relação de todas as emendas parlamentares apresentadas por mim, comprovando que não houve emendas para Juara. Também anexei declarações do prefeito de Juara confirmando isso e cópias dos procedimentos licitatórios realizados pelas prefeituras que de fato receberam recursos alocados por mim. Nenhuma delas comprou equipamentos ou veículos das empresas investigadas na Operação Sanguessuga”, afirmou o parlamentar.
Além de negar qualquer participação no esquema de fraudes, o parlamentar coloca em dúvida a própria citação do seu nome pelos integrantes da quadrilha.
“Nas gravações eles afirmam que não me conhecem e , em nenhum momento, dizem que o prefeito de Juara pagaria propina para o deputado Welinton Fagundes. Eles fazem menção a um Welinton, porém temos várias pessoas com este nome dentro e fora do parlamento federal. Infelizmente até agora esse detalhe não foi levado em conta pelos investigadores e nem pela imprensa”, ressaltou.
Além de Welinton, a lista de deputados acusados de envolvimento inclui outros 16 parlamentares – entre eles os mato-grossenses Pedro Henry (PP) , Teté Bezerra (PMDB), Telma de Oliveira (PSDB), Lino Rossi (PSDB), Ricarte de Freitas (PTB) e a senadora Serys Slhessarenko (PT). A expectativa é de que o número de parlamentares investigados dobre a partir desta semana, com a revelação de novos documentos apreendidos pela PF com a quadrilha que operava o esquema de fraudes.