O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, pediu arquivamento do termo de colaboração prestado pelo ex-chefe da Casa Civil Pedro Nadaf, que trata sobre suposto pedido de “caixa dois” do governador Pedro Taques (PSDB) para o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) ainda no período pré-campanha eleitoral, em 2014. O pedido foi feito em maio deste ano no bojo da Petição nº 6578, que tramita em sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF). Por conta disso, não é possível saber se o ministro Luiz Fux atendeu ou não o requerimento da Procuradoria-Geral da República.
Conforme depoimento prestado por Pedro Nadaf no início do ano ao Ministério Público Federal, durante a campanha majoritária de 2014, em meados de agosto daquele ano, ele foi procurado pelo empresário Alan Malouf, dono do Buffet Leila Malouf, com quem tinha amizade antiga.
À época, Alan era coordenador financeiro da campanha do então candidato ao governo, Pedro Taques, e pediu um encontro entre Taques e o então governador Silval Barbosa. Nadaf levou o recado a Silval, que concordou. O encontro teria ocorrido na casa de Alan, em um condomínio de luxo no bairro Santa Rosa, em Cuiabá.
Silval e Taques teriam se reunido em uma área externa, nos fundos da residência, enquanto Nadaf e Alan Malouf ficaram na sala e percorrendo cômodos da casa. Ao final da reunião, Nadaf voltou com Silval. No caminho, o então governador teria dito que assumiu o compromisso de ajudar financeiramente a campanha de Pedro Taques ao governo.
Em sua delação, Nadaf afirma que, no 1º momento, Silval não relatou a quantia solicitada por Taques, mas que alguns dias depois, contou que se tratava de R$ 10 milhões para a campanha, pedido com o qual Silval não se comprometeu, apesar de querer ajudar. Após a vitória de Pedro Taques na eleição, Silval teria pedido a Pedro Nadaf que procurasse Alan Malouf e informasse que ele ajudaria com R$ 5 milhões.
O empresário levou o recado a Taques e respondeu afirmando que este não tinha mais interesse na ajuda financeira de seu antecessor. Diante dessas declarações dadas por Nadaf, o procurador Rodrigo Janot entendeu que o suposto crime de caixa 2 não teria passado da “fase de cogitação” e, por isso, pediu o seu arquivamento.