O senador Jonas Pinheiro já começa a ser pressionado pelas lideranças do PFL a assumir a candidatura ao Governo do Estado em 2006. Na terça-feira, durante ato de filiação de lideranças comuinitárias ao partido, no plenarinho da Assembléia Legislativa, o deputado Humberto Bosaipo praticamente ditou o ritmo de como os acontecimentos serão daqui para a frente: “Se Jonas não aceitar ser o candidato, Jaime Campos vai aceitar” – disse, num discurso inflamado. “Não vamos de “reboque”, não vamos na garupa de ninguém” – frisou, se referindo a possível aliança para a reeleição de Blairo Maggi.
Jeito tímido, quase sorrateiro, Jonas Pinheiro vem sendo cotado para ser candidato ao Governo dentro de um projeto do PFL que visa assegurar um cargo eletivo para Jaime Campos – que, poderia vir a ser candidato ao Senado Federal. Numa eventual derrota para Blairo Maggi, candidato a reeleição, Jonas teria mais quatro anos de mandato no Senado. Em outros adjetivos, o político escorrega e vem procurando métodos de ponderação para evitar uma disputa contra Maggi, considerado seu “pupilo político”.
A posição de Bosaipo, por outro lado, mostra o quanto estão desgastadas as relações políticas entre Governo e base aliada. Especialmente agora com as declarações de Otaviano Pivetta, secretário de Desenvolvimento Rural, que vem atacando em bloco na defesa de sua própria postulação a vaga ao Senado Federal. Além disso, os pefelistas vislumbram as dificuldades de um apoio ao governador no projeto a reeleição caso seja mantida a verticalização como regra de alianças. O PFL está, no cenário nacional, mais próximo de ser aliado do PSDB, que aqui em Mato Grosso é oposição ao Governo.
“O PFL tem que ser respeitado. Nós ajudamos a eleger o governador do Estado, ajudamos a carregar o piano. Mas não queremos apenas carregar o piano, mas ajudar a tocar o piano com todas as notas. Por isso, vamos ganhar o Governo. Somos o único partido com representação em todas as camadas sociais” – disse o ex-governador Jaime Campos.
Segundo ele, o partido trabalhará para eleger o maior número de deputados estaduais, federais e inclusive de fazer o governador se a conjuntura político-partidária assim o permitir. Para o ex-governador as novas adesões refletem a grande liderança do deputado Humberto Bosaipo. Na sua opinião, a equipe será substancial para o crescimento do PFL no estado. “Estamos num momento de revitalização do partido e o retorno de Humberto, reforçado pela chegada de seus amigos será importante para o nosso crescimento”, disse Jaime.
