Com a “caixa de surpresa” da lei eleitoral ainda indefinida pelo Congresso Nacional, o PFL em Mato Grosso já tem uma estratégia definida, caso deputados federais e senadores decidam manter a verticalização como padrão de alianças partidárias para a eleição de 2006: vão se aliar ao PSDB. Na estratégia principal, a busca do reavivamento de alguns líderes políticos que estão sem mandato eletivo. Ou seja: os ex-governadores Jaime Campos e Dante de Oliveira. “São políticos importantes e que, com sua experiência têm muito a contribuir com Mato Grosso” – disse um pefelista.
Para isso, o partido está disposto a gastar fichas políticas. O projeto consiste em ter um candidato ao Governo do Estado capaz de ajudar a puxar votos. Nesse caso, o senador Jonas Pinheiro. Jaime Campos seria candidato ao Senado Federal. A aliança com os tucanos seria fechada com a indicação de Nilson Leitão como candidato a vice. Dante de Oliveira deve disputar uma vaga na Câmara dos Deputados e o senador Antero de Barros sairia candidato a deputado estadual.
O PFL vem mostrando ao senador Pinheiro que não há desgaste qualquer com uma candidatura ao Governo. Pinheiro, mesmo não sendo eleito, ainda teria quatro anos de mandato no Senado. Com Nilson Leitão o PFL fecharia novos compromissos em relação a eleição de 2008 para prefeito de Sinop.
Em verdade, a verticalização é quem vai definir todo o esquema eleitoral em Mato Grosso. Atualmente, o PFL é considerado aliado preferencial do governador Blairo Maggi. Mas, se a proposta vigente em 2002 for mantida, o partido não terá condições jurídicas de estar no mesmo palanque do governador. Maggi estuda deixar o PPS e migrar para um partido que possa dar condições de apoiar o presidente Lula a reeleição. O projeto eleitoral do governador desagrada o PFL em toda sua integralidade.
Um acordo entre o PFL e o PSDB não chega a ser um disparate em Mato Grosso. Ex-inimigos fidigais, as duas siglas vêm desde a eleição passada entabulando uma aproximação. Especialmente entre o ex-prefeito de Várzea Grande, Jaime Campos, e o senador Antero Paes de Barros. Em algumas cidades do Estado, a aliança já funcionou para a eleição de prefeitos e vereadores. Em Cuiabá, para se ter uma idéia, o partido decidiu seguir o governador Blairo Maggi, mas a grande maioria dos líderes da sigla ficou com a candidatura de Wilson Santos, do PSDB.
“Há vários exemplos de que a nossa convivência com o PSDB não teria grandes problemas” – citou a fonte pefelista. Até pórque a questão é de sobrevivência. maior preocupação seria uma rejeição popular, mas a aproximação e as alianças no interior já seria indicadores de que não se repetiria feitos como a coligação PMDB-PFL. “Essa aliança não deu certo porque ninguém entendeu muito” – salientou. O PFL hoje é, em relação ao Governo, o partido mais ácido do leque de aliados.