quinta-feira, 2/maio/2024
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PF investiga se ex-ministro Neri Geller, preso hoje, recebeu R$ 250 mil da JBS

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Só Notícias/Editoria (foto: assessoria/arquivo)

A Polícia Federal apura, na Operação Capitu (Lava Jato), deflagrada hoje, acusação que o ex-ministro da Agricultura, Neri Geller (PP), eleito deputado federal, teria recebido, no gabinete no ministério, R$ 250 mil do enviado da JBS, Florisvaldo de Oliveira, conhecido como o ‘homem da mala’. O dinheiro seria para manter o esquema beneficiando a empresa, iniciado quando o ministro era Antonio Andrade, atual vice-governador de Minas Gerais, também preso hoje, assim como Geller e demais investigados.

De acordo com o jornal O Globo, na própria delação de Joesley Batista -também preso hoje-, os delatores relatam o episódio envolvendo um dos repasses de propina.  Após ter entregue o dinheiro, Florisvaldo Oliveira e o então ministro Neri Geller pousaram para uma foto, feita pela assessoria do ministério e enviada para Florisvaldo. Em sua delação premiada, ele anexou até o e-mail que recebeu do fotógrafo do ministério com o registro do encontro em 3 de novembro de 2014. Na foto, Geller demonstra certo desconforto.

O delegado da Polícia Federal, Mário Velloso, declarações nesta sexta-feira, em entrevista coletiva, após a operação, que Geller recebia valores mensais estimados em R$ 250 mil.

Neri Geller foi preso, esta manhã, em Rondonópolis. Ele reside em Lucas do Rio Verde. O advogado de Neri Geller, Flavio Barra, confirmou ao Só Notícias, que o mandado de prisão é temporário (5 dias) “e, ao que tudo indica, não será levado a Minas Gerais onde a PF comanda a operação. “Não temos conhecimento dos motivos ensajadores da prisão e tão logo tomarmos conhecimento vamos nos manifestar”, disse. Policiais federais estavam, hoje, em Lucas do Rio Verde mas ainda não foi confirmado se foi cumprido algum mandado de busca e apreensão ou se estavam na cidade para localizar Geller.

O advogado mato-grossense Rodrigo Figueiredo também está entre os presos. Rodrigo foi ex-secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura no Ministério da Agricultura assumindo em 2013. Ainda não foi divulgada qual a acusação contra Rodrigo que também foi chefe do Escritório de Representação de Cuiabá, em Brasília, durante, gestão do ex-prefeito Mauro Mendes (DEM). Não foi confirmado em qual cidade Rodrigo foi preso.

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região expediu 19 mandados de prisões e a maioria já foi cumprida. As buscas e apreensões também são feitas em São Paulo, Paraíba, Rio de Janeiro, Minas e Distrito Federal.

A polícia investiga sobre supostos pagamentos de propina por parte da JBS para servidores públicos e políticos que atuavam direta ou indiretamente no ministério da Agricultura em 2014 e 2015, quando Antonio Andrade era ministro, no governo Dilma para aplicar medidas que beneficiassem a JBS, em detrimento dos concorrentes do grupo. Segundo a PF, a JBS teria pago R$ 2 milhões, por exemplo, pela regulamentação da exportação de despojos e R$ 5 milhões pela proibição de um remédio para parasitas de longa duração”. A PF informa que em maio deste ano foi aberto inquérito, baseado em declarações prestadas pelo doleiro Lúcio Bolonha Funaro, sobre supostos pagamentos de propina a servidores públicos e agentes políticos que atuavam, direta ou indiretamente, no ministério. A Polícia Federal também apurou doações oficiais feitas por empresas vinculadas e administradas por um empresário do ramo de supermercados, nas eleições de 2014, de quase R$ 8,5 milhões. E que teria havido também, por parte do grupo empresarial, o financiamento ilegal de campanha de um deputado federal para a presidência da Câmara dos Deputados (Eduardo Cunha), em troca de atendimento dos interesses corporativos do grupo no ministério, sendo de R$ 30 milhões o valor solicitado para tal financiamento (que seriam divididos entre o MDB nacional e o de Minas). Desse total, o deputado teria destinado R$ 15 milhões a um deputado Federal mineiro de seu partido.

Neri Geller entrou no ministério em 2013 como secretário Nacional de Política Agrícola. Em seguida, foi nomeado ministro em março de 2014, durante o governo de Dilma, sucedendo Antonio Andrade que saiu para disputar as eleições. No atual governo, de Michel Temer, Neri foi convidado pelo ministro Blairo Maggi e voltou a ser secretário de Política Agrícola, deixando o cargo em abril para disputar as eleições e foi eleito, mês passado, deputado federal por Mato Grosso.

(Atualizada às 16:05h)

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