O deputado federal reeleito Carlos Abicalil (PT) teria trocado pelo menos 20 ligações com o ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Veloso, um dos negociadores do dossiê. De acordo com o jornal Folha de São Paulo, a informação veio através da quebra do sigilo telefônico dos envolvidos na tentativa de compra do dossiê antitucano.
O sigilo teria revelado as ligações entre os celulares dos dois de 17 de agosto e 12 de setembro e se concentram nas datas em que Veloso -ex-diretor de Gestão de Riscos do Banco do Brasil e integrante da campanha de Lula- esteve em Cuiabá para negociar a compra dos papéis. No dia 22 de agosto, por exemplo, véspera da primeira de três idas de Veloso a Mato Grosso, os dois, Veloso e o deputado, trocaram sete ligações, segundo as quebras de sigilo sob análise da CPI dos Sanguessugas e da PF.
O gabinete de Abicalil em Brasília teria recebido ainda, no dia 5 de setembro, pelo menos duas ligações de Valdebran Padilha, escalado pela família Vedoin, apontada como coordenadora do esquema dos sanguessugas, para negociar com o PT o dossiê contra tucanos. Os empresários Darci e Luiz Antonio Vedoin pretendiam vender a petistas, por R$ 1,7 milhão, documentos e informações que supostamente incriminariam candidatos do PSDB, em especial o hoje governador eleito de São Paulo, José Serra.
Abicalil não foi localizado para falar sobre o assunto.