A décima fase da operação Ararath foi deflagrada, esta manhã, para apurar o desvio de cerca de R$ 313 milhões em recursos públicos do governo de Mato Grosso através da utilização de sistema financeiro clandestino. Segundo a Polícia Federal, estão sendo cumpridos 47 mandados de busca e apreensão e 18 de conduções coercitivas em Cuiabá, Brasília, Luziânia (GO), São Paulo (SP), Caraguatatuba (SP), Curitiba (PR) e Itapema (SC).
As investigações desta fase visam apurar a realização de pagamentos por parte do governo do Estado em desacordo com as determinações legais a empreiteiras e o posterior desvio desses recursos em favor de agentes públicos e empresários mediante a utilização de instituição financeira clandestina.
A análise de documentos apreendidos em fases anteriores em conjunto com outros elementos de prova, apontaram a utilização de complexas medidas de engenharia financeira praticadas pelos investigados com o objetivo de ocultar a real destinação dada a valores de precatórios pagos pelo Estado em nítida violação à ordem cronológica e determinações legais.
Os investigados nesta fase responderão pela prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro, dentre outros que porventura venham a se confirmar. Também foi expedida ordem de sequestro de bens e valores no total de R$ 313,1 milhões, com a finalidade de reparar os prejuízos causados aos cofres públicos.
Embora envolvido nesta fase, também está sendo realizada a prisão preventiva de investigado da operação Ararath que no período de 60 dias violou 92 duas vezes os termos da utilização de monitoração eletrônica (tornozeleira).
O ex-secretário de Estado de Fazenda, Eder Moraes, já condenado a 69 anos de reclusão em outra fase da Ararath por crimes contra sistema financeiro, voltou a ser preso, hoje, em Cuiabá. Os advogados disseram que ele foi preso por descumprimento das medidas cautelares (violar a tornozeleira eletrônica) e não pelo desvio do recurso público. No entanto, negam que o próprio Eder tenha violado o equipamento de monitoramento.
O ex-secretário adjunto na Secretaria de Estado de Fazenda, Vivaldo Lopes, foi conduzido à Superintendência da PF e prestou esclarecimentos. De acordo com o Gazeta Digital, o advogado Ulisses Rabaneda falou em nome do seu cliente, Vivaldo Lopes, e disse que foram feitas quatro perguntas sobre os pagamentos dos precatórios. Vivaldo disse que não trabalhava nessa área e, por isso, não podia responder.
O empresário Jorge Pires foi até a superintendêcia, há pouco, foi ouvido e liberado.
(Atualizada às 09h33)