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Perminio detalha repasses de Caixa 2, acusa Leitão, 2 deputados e ex-ministro

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A Gazeta/Pablo Rodrigo (foto: Jose Medeiros/arquivo)

O ex-secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto (PSDB), admitiu ter sido o operador financeiro do ex-deputado federal e ex-presidente do PSDB em Mato Grosso, Nilson Leitão(PSDB), durante o seu primeiro mandato na Câmara Federal. Permínio revela que teria operado mais de R$ 1 milhão para pagamentos e financiamento de campanha via caixa 2.

Em sua delação premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o tucano afirma ter ido algumas vezes em São Paulo, buscar malas de dinheiro com Ubiratan Queiroz, do Grupo Galvão, que também está envolvida na Operação Lava Jato. Em um dos trechos contido no Termo 20 da colaboração, Permínio Pinto diz que se encontrou com o empresário a pedido de Nilson Leitão, no hotel Blue Tree, quando Ubiratan entregou ao declarante uma valise de tecido [bolsa], de cor preta, contendo R$ 150 mil, em notas de R$ 100, diz trecho do depoimento que A Gazeta teve acesso.

De acordo com o delator, logo após receber a bolsa com dinheiro, ele se dirigiu a uma agência bancária, onde depositou em uma conta específica a mando de Leitão. Permínio explica ainda que essa conta, da qual ele e Nilson Leitão tinha a senha, era utilizada para efetuar vários pagamentos a mando do ex-deputado.

O ex-diretor da extinta CAB Ambiental, Ítalo Joffily Neto, seria o elo entre Nilson Leitão e o Grupo Galvão, segundo o delator. Esta ligação teria se iniciado entre 2009 e 2010, quando Leitão teria realizado consultorias para as empresas do Grupo Galvão que prestavam serviços de água e esgoto no Estado.

Já em 2014, Permínio, que trabalhava no gabinete de Nilson Leitão em Brasília, teria retornado a São Paulo para buscar uma valise de tecido, com R$ 139 mil em dinheiro. No mesmo ano, Permínio diz que se encontrou com o ex-ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), que na época era deputado federal, no aeroporto de Congonhas em São Paulo.

O delator diz ainda que o ex-ministro teria lhe indicado um escritório de advocacia em São Paulo para que o mesmo fosse buscar dois envelopes, contendo dinheiro. Um com R$ 69 mil e outro com R$ 98 mil.

O montante teria sido depositado em contas indicadas por Leitão, onde o ex-secretário operava, realizando pagamentos e depósitos a mando de Leitão.

Caixa 2
Nas eleições de 2014, Permínio teria recebido vários valores a mando de Leitão para realizar pagamentos de campanha, chegando a utilizar a sua própria conta para depositar tais valores. Em um desses depósitos, o tucano teria recebido R$ 175 mil, para que fossem distribuídos para as candidaturas do PSDB, indicadas por Leitão, via caixa 2.

Permínio diz que beneficiou os candidatos WS, que seria o deputado estadual Wilson Santos (PSDB), AVA, o deputado Carlos Avalone (PSDB) e GUI, que seria o ex-deputado e hoje conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE), Guilherme Maluf.

Uma quarta candidatura também teria recebido dinheiro via caixa 2, no entanto, Permínio diz não lembrar da identificação da sigla AV.

Os recursos teriam sido doados pela Editora Terra do Saber Ltda. Segundo Permínio, Nilson Leitão teria revelado que a mesma editora teria doado recursos não contabilizados para a campanha do ex-governador Pedro Taques (PSDB), via o seu primo Paulo Taques.

Outro Lado
Até o fechamento da reportagem, o ex-deputado Nilson Leitão não atendeu e nem retornou às ligações. O Grupo Galvão também não retornou as ligações. Já Ítalo Joffily Neto, ex-CAB Ambiental, não foi localizado para comentar o assunto. O deputado estadual Wilson Santos (PSDB) diz não lembrar se Leitão contribuiu com a sua campanha em 2014. Não consigo me lembrar. Mas se houve, foi de maneira legal, diz.

O deputado Carlos Avalone não atendeu às ligações. Conselheiro Guilherme Maluf se manifestou, por meio de nota, nesta quinta-feira (25).

Leia a íntegra da nota:

O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Guilherme Maluf, nega veementemente os fatos apontados na delação citada pela imprensa. Maluf afirmou ainda que em toda sua trajetória política nunca teve uma reprovação de contas por parte da Justiça Eleitoral e sempre pautou seus gastos de campanha dentro do que determina a lei.

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