Secretário estadual de Saúde, Pedro Henry (PP), deve deixar o comando da pasta até o final deste ano. Alvo de constantes críticas do setor desde que assumiu a função, em janeiro de 2011, analisa via alternativa para se sobressair politicamente. Os planos apontam para retorno dele à Câmara Federal, na vaga aberta para o deputado Roberto Dorner (PP). No Congresso Nacional, terá oportunidade para liderar a legenda que faz frente em Mato Grosso ao PSD. O clima de desconforto com membros progressistas também impulsionam Henry a coordenar ações para o fortalecimento do PP, conforme fonte de A Gazeta.
O futuro político de Pedro Henry depende hoje dele ganhar musculatura para alçar voos mais altos. Ele nunca escondeu a intenção de ser senador e até mesmo de governar o Estado. Os projetos foram atrapalhados pelas denúncias de envolvimento dele com o Mensalão. As denúncias não foram julgadas. A vinda de Henry para a Saúde foi com o intuito pessoal dele de resgatar a sua desgastada imagem de político. Com o sucesso, ele além de se viabilizar corrige um dos graves problemas do Estado: a saúde pública.
Na noite de ontem, o secretário disse desconhecer o assunto e assegurou que “seu foco no momento é na saúde”. Mas informações destacam um clima de desconforto do secretário em relação ao imbróglio gerado na área, principalmente após decisão dele de implementar a terceirização dos serviços por meio de Organizações Sociais de Saúde (OSS). O mal estar entre ele e representantes da área foi novamente verificado ontem, em reunião com membros de sindicatos que contou com participação do governador Silval Barbosa (PMDB).
Fonte ligada a ele ressalta que diante desse quadro, Henry chegou a consultar a família, pessoas próximas e seu grupo político para comunicar possível afastamento da pasta. Ele também teria lembrado apelo de líderes da nacional do PP para que retome a função de parlamentar para impulsionar os trabalhos no Congresso. Ele possui habilidade reconhecida para articular, junto com membros da nacional do partido, um plano macro para as eleições de 2012 e de quebra, para as eleições gerais de 2014.
Nos bastidores do PP também há informações de “desestímulo” dele no cenário político após decisão de líderes da legenda como o deputado José Riva e o vice-governador Chico Daltro, ambos progressistas, de optarem pelo ingresso no PSD. A sigla está sob o comando de Riva e deve se consolidar em Mato Grosso como uma das principais legendas, com grandes possibilidades de obter resultados promissores nas próximas eleições. Uma legião de progressistas deve acompanhar os dois.
Henry começou sua trajetória política como vice-prefeito de Cáceres, com apoio do atual desafeto, ex-senador Antero Paes de Barros. Médico de formação, é dono de mais de 20 anos de mandato eletivo. Em 2003, eleito líder do PP, foi cotado para ser ministro de Lula. Ele já esteve entre os 100 parlamentares mais influentes do Congresso. Nas eleições passadas concorreu, mas não teve os votos contabilizados pela Justiça Eleitoral por ter sido cassado por causa da campanha em favor do irmão, o então prefeito de Cáceres e candidato à reeleição, Ricardo Henry. O gestor mesmo obtendo sucesso, acabou perdendo o mandato por abuso de poder político e econômico. O secretário conseguiu reverter sua cassação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e assumir seu quinto mandato como deputado federal, se licenciando para gerir a Saúde.