Em um processo de avaliação do cenário pré-eleitoral para 2014, o PDT realizou duas rodadas de conversações entre os dirigentes partidários nesta semana. Os presidentes das siglas nos estados e mandatários políticos estiveram junto ao presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, e o ministro do Trabalho, Manoel Dias. De Mato Grosso, o presidente regional e deputado estadual Zeca Viana e o senador Pedro Taques pleitearam a liberação das alianças nos estados, à fim de encabeçar uma disputa majoritária em que a coligação será com partidos da oposição ao governo federal. Lupi reafirmou que o PDT terá liberdade para composições.
Taques defendeu a saída do PDT da base aliada da presidente Dilma Rousseff e a entrega do Ministério do Trabalho, bem como todos os cargos no governo federal. Dividida em duas partes, sendo que na primeira reunião discutiu-se a questão nacional e depois a regional. Os líderes partidários apresentaram propostas sobre a posição do PDT com relação ao governo federal, já que assim como Mato Grosso, outros oito Estados chocam os interesses de candidaturas majoritárias com a base aliada da presidente.
A reunião não foi deliberativa, ou seja, as conversas ainda prosseguirão, mas Lupi reiterou que os Estados estarão livres para a composição em 2014, independente de caminharem com a base governista. Os quadros de todos os Estados foram apresentados para avaliação e debate.
Além da saída da base do governo, Taques defendeu uma candidatura própria à presidência pelo PDT ou discussão de outros nomes para apoio, em que surge a possibilidade de apoiar a candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, para a presidência. Bem como havia dito recentemente Manoel Dias em entrevista à imprensa, em que afirmou que o PDT iria avaliar a possibilidade de permanecer no governo Dilma, diante das acusações de corrupção no Ministério do Trabalho, e citou Campos como uma das possibilidades de apoio.
Na segunda etapa da reunião, quando discutiram as eleições regionais, Lupi como presidente nacional da sigla, assegurou que o partido irá respeitar as composições estaduais e reiterou o posicionamento de liberdade. O argumento de Lupi é que o PDT vive um momento de expansão e para isto, precisam de mais governadores, senadores, deputados federais e estaduais e para alcançar este objetivo não é possível alinhar com os interesses em Brasília, no caso a permanência na base de Dilma.
A questão não é exclusiva de Mato Grosso, o Estado do Rio Grande do Sul que já discute uma aliança com o PSB de Campos para 2014. Mas, Lupi reforçou a autonomia do PDT para dialogar com os partidos que acreditam estar dentro do conteúdo programático e com isto, tratar a eleição de 2014 com toda independência.
Em Mato Grosso, mesmo sem assumir oficialmente uma pré-candidatura ao governo, o senador Pedro Taques já mantém diálogo com partidos como o PSB, PPS, PSDB e DEM, todos da oposição à Dilma e também ao atual governo do Estado de Silval Barbosa (PMDB).