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Pagot diz que traçado da BR-242 passando por Sorriso deve ser ampliado

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Os problemas de logística enfrentados pelos produtores rurais de Mato Grosso podem ser minimizados com a total implantação da BR-242, antiga MT-242. Parte da rodovia estadual foi federalizada, e a obra está prevista no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Também chamado Corredor Leste-Oeste, o trecho está em processo de implantação, que inclui estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental; e projeto de pavimentação, que beneficiará além dos produtores, todos os moradores da região despertando o interesse de empreendedores para a localidade. Com a construção da rodovia, que passa por seis municípios, a intenção é melhorar a infraestrutura logística e promover o desenvolvimento econômico-social destas cidades.

A BR parte de Sorriso e segue ao Leste do Estado passando por Nova Ubiratã, Gaúcha do Norte, Querência (trecho do PAC), e poderá se estender a São Félix do Araguaia, além de alguns distritos, totalizando um trecho de aproximadamente 400 quilômetros que encurtará as viagens para o escoamento de grãos. Também poderá ser utilizada como ramal rodoviário para outros tipos de viagens.

Atualmente, os produtores têm como opção para escoar a safra pelas BRs 158 e 163, e que devido ao longo percurso acaba encarecendo o frete e reduzindo o valor final do produto, gerando como consequência perda de competitividade em relação a outras unidades da federação produtoras. Para os agricultores, com a conclusão do processo de implantação da rodovia, que não tem um prazo estabelecido (as obras do PAC têm previsão de serem finalizadas em dois anos), haverá uma nova alternativa para escoar a safra, que poderá seguir rumo ao Norte do país (no porto de Santarém – PA) ou para o Leste do Brasil, chegando a Alto Araguaia com direção ao porto de Santos, já que a rodovia faz parte do entroncamento das BRs 158 e 163, respectivamente. Outra opção estará disponível nos próximos meses, já que segundo o diretor geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) em Mato Grosso, Luiz Antônio Pagot, esteve em Vila Rica este fim de semana para dar a “ordem de serviço” para a construção de 204 km da BR 158, partindo da cidade até a divisa com o Pará, que será uma nova opção para o escoamento da produção por meio do porto de Itaqui, no Maranhão.

Ampliação – Pagot acrescenta que está em operação o Plano Nacional de Viação (PNV), que está estudando ainda ampliar o traçado da BR-242, que seria ampliada mais a Oeste do Estado, chegando às cidades de Ipiranga do Norte, Itanhagá e Juína. “Está na Câmara Federal em Brasília, um projeto para criar uma comissão de transporte que se aprovado com urgência em um prazo de 45 dias poderia aprovar a expansão da rodovia”, diz ao revelar que vários projetos envolvendo a rodovia estão em andamento, cujo impacto será fundamental para o desenvolvimento da região. Os estudos para implantação e execução estão sendo feitos por meio de convênio com o Departamento de Engenharia de Construção do Exército.

De acordo com acompanhamento feito pela Secretaria de Estado de Infra-Estrutura (Sinfra) referentes à obra, hoje são 141 quilômetros pavimentados em parceria com associação de produtores, além da melhoria nos trechos de terra. Dados da pasta mostram que a malha rodoviária estadual compreende 28 mil quilômetros e deste total, apenas 16% estão pavimentados, totalizando 4,5 mil km. Antes da gestão do atual governo o Estado contava com apenas 1,950 mil km asfaltados.

Parceria – Para dar mais celeridade ao processo de pavimentação da BR 242, grupos de produtores rurais entraram na empreitada e em parceria com os órgãos públicos e iniciaram a pavimentação em alguns trechos. Um dos exemplos é o da Associação dos Beneficiários da Rodovia de Integração Leste-Oeste MT-242, que compreende o trecho de Sorriso – Nova Ubiratã – Boa Esperança do Norte. O assessor e consultor técnico da associação, Natalício Ligoski, conta que em 2003 a associação fez uma parceria com o governo do Estado e da cidade de Sorriso e Nova Ubiratã e que já foram pavimentados 159 km, interligando as duas cidades, passando ainda pelo distrito de Boa Esperança.

“Faltam 12 km para concluir e outros 17 que liga à comunidade São Luiz Gonzaga que estamos aguardando alguns ajustes, mas que em um prazo de 90 dias serão concluídos”, diz ao acrescentar que as obras são feitas com recursos do governo de Mato Grosso, por meio do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab). Outra parte do montante é arrecadado entre os produtores, que na avaliação deles é em benefício do próprio segmento, que assim passa a contar com rodovias de qualidade para o escoamento da produção local.

Entre os benefícios listados pelo consultor está a rapidez no transporte, valorização das propriedades próximas à rodovia e redução nos custos com o envio da mercadoria a outros pontos do país. “Para manter a rodovia em boas condições de tráfego, a associação montou praças de pedágio, em que são cobrados R$ 3,50 por eixo do veículo, cuja renda é revertida na manutenção do asfalto, canteiro, sinalização, plano de trabalho, folha de pagamento de funcionários, balanças de peso que controlam o peso dos caminhões, entre outras”.

A cobrança do pedágio começou em julho de 2007, e conforme Ligoski, daquela data até o fim de abril deste ano foram arrecadados R$ 4,4 milhões

Avanço – Para o engenheiro civil especialista em Transporte e Pavimentação, Luiz Miguel de Miranda, a federação e asfaltamento da rodovia trarão um avanço para o agronegócio local, já que encurtarão distâncias e oportunizará a criação de estratégias logísticas para o escoamento da produção. “Será muito bom para o milho, para abastecimento do Nordeste, abrindo mais um mercado para o produto estadual”, diz ao informar que com a BR-242, uma viagem de Nova Mutum ao Nordeste dura cerca de 72 horas, sendo que antigamente eram 12 dias.

Apesar de ainda não ter previsões de quanto o frete será barateado, o diretor executivo da Associação dos Transportadores de Cargas de Mato Grosso (ATC-MT), Miguel Mendes, avalia que a pavimentação da BR beneficiará os produtores, afirmação confirmada pelo presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja), Glauber Silveira da Silva. Ele diz que a criação de novos corredores de transporte integrando as cidades do Leste-Oeste do Estado trará oportunidade para os produtores escoarem principalmente o milho, que poderá ser destinado a Goiás e trazer de volta outros produtos para Mato Grosso. “Aquele região é conhecida como Vale dos Esquecidos. E a diferença da saca de soja neste local chega a R$ 5, por causa da distância”.

 

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