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Oposição tenta manter CPI que investiga prefeito de Cuiabá acusado de receber propina

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Membros da oposição na Câmara de Cuiabá decidiram fazer uma ofensiva na tentativa de evitar o fim precoce da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) “do Paletó" que, após articulação liderada pelo presidente do Legislativo, Justino Malheiros (PV), deverá encerrar os trabalhos sem ouvir prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Hoje, os membros da CPI deverão votar três requerimentos que podem dar sobrevida às investigações da suposta quebra de decoro por parte do emedebista, filmado recebendo maços de dinheiro na época em que era deputado estadual.

O primeiro requerimento é do vereador Dilemário Alencar (Pros), que solicita a anulação da votação que culminou no fim das oitivas e que foi proposta pelo presidente da casa de leis e aprovada por 2 a 1. Adevair Cabral (PSDB), relator, e Mário Nadaf (PV) votam favoravelmente, enquanto Marcelo Bussiki (PSB), presidente, foi contra.

Já o vereador Toninho de Souza (PSD) apresentou uma proposta para que além das oitivas, outros documentos sejam solicitados e levados em consideração pelo relator da CPI na elaboração do relatório final. Entre os documentos está o vídeo do cartório em que Valdecir Cardoso protocolou a declaração em defesa do prefeito, bem como a quebra de sigilo fiscal e bancário do Instituto Mark, de propriedade do irmão de Emanuel, Marco Polo Pinheiro, o “Popó”.

Ainda serão analisados o requerimento do vereador Paulo Araújo (PP) quanto à competência da câmara de Cuiabá de convocar deputados estaduais, bem como o requerimento do vereador Adevair Cabral (PSDB) que trata do cronograma para a entrega do relatório final da CPI.

Desde o início dos trabalhos, os vereadores ouviram o ex-governador Silval Barbosa, seu ex-chefe de gabinete, Sílvio Corrêa Araújo, o ex-secretário de Estado Alan Zanatta, e o servidor da Assembleia Legislativa Valdecir Cardoso. Outros 11 requerimentos de diligências e oitivas foram rejeitados, quando o pedido de Justino pelo início da elaboração do relatório final foi aprovado. Até agora, somente metade do tempo de duração de uma comissão de inquérito foi usado pelos membros da CPI do Paletó.

 

Além da oitiva do próprio prefeito Emanuel Pinheiro, que é convidado a prestar esclarecimentos desde que vieram à tona as denúncias contidas na delação do ex-governador Silval Barbosa, foi cogitada a convocação do ex-deputado estadual José Riva, que seria questionado acerca de um suposto mensalinho citado por Silval em seu depoimento.

Marcelo Bussiki chegou a recorrer ao Judiciário, tentando autorização para aprovar e vetar requerimentos sem colocar em votação na CPI. Porém, o juiz da 1ª Vara de Fazenda Pública de Cuiabá, Jorge Iafelice dos Santos, negou pedido de liminar.

A oposição acredita que o pedido pelo encerramento da CPI revela uma “manobra” da base governista para defender o prefeito.

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