sábado, 27/abril/2024
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Obra que completará ligação entre Atlântico e Pacífico e inviável para Mato Grosso

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Os mil quilômetros de asfalto vão completar, pela primeira vez, a ligação entre os oceanos Atlântico e Pacífico na América do Sul é, de certa forma, inviável para Mato Grosso. A pedra fundamental da rodovia Interoceânica lançada hoje pelos presidentes do Peru, Alejandro Toledo, da Bolívia, Eduardo Rodríguez, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva coloca os produtos de Mato Grosso quase 2 mil quilômetros de distância se comparada a ligação pretendida pelo próprio Governo do Estado, que seria a ligação com os portos de Iquique e Arica.

A obra priorizada pelo Governo Federal ligará o Brasil, pelo estado do Acre, ao Peru, país vizinho com saída para o Pacífico. O Corredor Viário Interoceânico Sul, nome oficial da rodovia, já começou a ser construído, em parceria dos governos de Peru e Brasil. A rodovia ligará Inapari, cidade peruana situada na fronteira com Assis Brasil, no Acre, aos portos marítimos peruanos de Ilo, Matarani e San Juan. A conexão entre Brasil e Peru será feita pela ponte sobre o rio Acre, que deve ser inaugurada ainda este ano.

Os planos do Governo para constituir 4 mil quilômetros para assegurar a retirada da produção de grãos não figuram a ligação Cáceres-San Matias e daí aos portos do Pacífico. De acordo com a Agência Brasil, o secretário de Investimentos Estratégicos do Ministério do Planejamento, Ariel Peres, explica que a logística de integração, pelo lado brasileiro, inclui duas rotas fundamentais. A primeira delas é pela BR 364, que interliga Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, a Cuiabá, no Mato Grosso. De lá a Porto Velho, em Rondônia e, depois a Rio Branco, capital do Acre. Depois, pela BR 317, segue de Rio Branco a Assis Brasil, na fronteira com o Peru. A outra rota vai de Manaus, no Amazonas, até Porto Velho pela hidrovia do Rio Madeira. Dali, segue o trajeto da outra rota: BR 364 até Rio Braço e BR 317 até Assis Brasil.

O empreendimento priorizado pelo Governo Federal prevê a construção, operação e manutenção de 1.009 quilômetros de estradas asfaltadas e o custo estimado é de US$ 700 milhões, segundo dados do Itamaraty. Dois consórcios brasileiros liderados pelas empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez venceram a licitação internacional. A Odebrecht Peru, líder do consórcio formado com as peruanas JJC, ICCGSA e Garña y Montero, ganhou dois dos três trechos da licitação, em um total de 703 quilômetros. Já o consórcio Intersur, integrado por Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa, ganhou a concorrência no trecho Inambari-Azangaro, que tem extensão de 305 quilômetros.

A rodovia que viabilizaria o Mercoeste, no entanto, teriam custos bem mais modestos. Hoje, seriam necessários US$ 64 milhões para pavimentar o trecho de 450 quilômetros entre San Mathias e Concepción, na Bolívia, principal gargalo que dificulta o incremento das relações comerciais entre o Centro-Oeste brasileiro e os países andinos, segundo o diretor da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Serafim Carvalho.

Há tempos Mato Grosso persegue uma saída para o Oceano Pacífico. Precisamente, desde o Governo de Carlos Bezerra. Em 1999, a Federação das Indústrias apresentou um estudo que apontou quatro eixos principais de ligação com o Pacífico. Duas delas que integram os países sul-americanos por hidrovia, ligando Santa Cruz a Salta, na Argentina e outra de Salta indo até Antofagasta, no Chile. Outras duas opções, no eixo Norte/Sul, podem ligar o Acre ao Sul do Peru (Rodovia Transoceânica) e no eixo Leste/Oeste a integração se dá pela ligação Cuiabá, Santa Cruz, passando pelo trecho a ser pavimentado. Os recursos necessários dependerão de uma engenharia financeira, que é um dos pontos em discussão nesse seminário que reúne representantes do Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai.

Das quatro saídas disponíveis para o país vizinho, Bolívia, a partir de Mato Grosso, a via por Cáceres é a principal. Pode-se sair do Estado para a Bolívia ainda por Vila Bela da Santíssima Trindade (a 30 km da fronteira e a 160 km de San Ignácio); por Pontes e Lacerda (180 km do destacamento de Fortuna e onde se chega a San Vicente da Fronteira); e, por fim, por Porto Esperidião (a 200 km do destacamento Fortuna).

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