Gravações feitas pela Polícia Federal apontariam o envolvimento do ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, no esquema de desvio de dinheiro público desmantelado nesta semana pela Operação Navalha. Segundo as investigações, o ministro teria recebido R$ 100 mil para favorecer a empresa Gautama em uma licitação do programa Luz Para Todos. Ele negou as acusações. A informação é do Fantástico.
Para a PF, o proprietário da empreiteira, Zuleido Veras, teria conduzido a licitação desde o começo com a ajuda de seis funcionários, um empresário e servidores públicos. Veras teria se reunido várias vezes com Rondeau e com o diretor do programa, José Ribamar Santana.
Após um desses encontros, a polícia gravou imagens de um funcionário da Gautama, Florêncio Vieira, embarcando para Brasília com uma mala que estaria cheia de dinheiro. O valor teria sido entregue à secretária particular de Veras, Tereza Lima, que o teria sido repassado para a diretora financeira da Gautama, Fátima Palmeira.
Ela esteve no Ministério de Minas e Energia no dia 13 de março. Imagens feitas pelas câmeras de segurança do prédio mostram Fátima entrando pela portaria privativa do ministro com uma pacote pardo que, segundo a polícia, conteria a propina de R$ 100 mil. Ela é recebida imediatamente pelo assessor do ministro, Ivo Almeida Costa, e sai meia hora depois. Ivo aparece com o envelope nas mãos levando a diretora até o elevador. Em seguida, entra no gabinete do ministro, de onde sai sem o envelope.
A assessoria do ministério alega que não há câmeras voltadas para o gabinete de Silas Rondeau. No Paraguai, onde está em viagem oficial com o presidente Luiz Inácio da Silva, o ministro disse que “não pode se basear em informações de momento”. “Não há provas contra uma mentira. Estou absolutamente à vontade (no cargo), até o momento em que o presidente (Lula) decida sobre isso”.