O advogado Cláudio Alves Pereira, que defende o ex-secretário da prefeitura de Sinop Jair Pessini, disse neste domingo que o depoimento de seu cliente deverá ser tomado nesta segunda-feira, no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os suspeitos presos pela Operação Navalha participariam, segundo a Polícia Federal, de um esquema de fraudes em licitações.
“No momento em que ele tiver a oportunidade de conversar com a ministra (Eliana Calmon, do STJ, que determinou as prisões), é claro e evidente que ela saberá que foi levada a erro por esse inquérito”, afirmou Pereira. A Operação Navalha foi deflagrada na última quinta-feira.
Pereira foi um dos advogados que estiveram neste domingo na Superintência da PF, em Brasília. Durante toda a manhã, a movimentação no local foi tranqüila. Apenas alguns advogados foram visitar seus clientes.
Uma pessoa que preferiu não se identificar levou uma sacola com cobertor e objetos pessoais. No início da tarde, dois advogados chegaram à PF, mas não quiseram falar com a imprensa.
Segundo Pereira, Jair Pessini está “bem tranqüilo” e passou a noite bem. “Em uma circunstância dessas, o advogado também tem um papel de psicólogo. Meu cliente está bem tranqüilo, pois sabe o que está sendo feito aqui fora. A gente tem uma convicção, porque, acima de tudo, é um inquérito que está correndo em uma das maiores cortes do país”.
Ele também disse estar “confiante” de que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes julgue ainda hoje o pedido de extensão de habeas corpus que beneficou o conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Ulisses César Martins de Sousa, ex-procurador geral do estado do Maranhão.
“O STF está decidindo. Quando você está mexendo com pessoas inocentes, você não tem dúvidas. Acredito que será feita Justiça e o meu cliente será liberado”, disse Pereira.
No sábado à noite, Gilmar Mendes indeferiu cinco pedidos de extensão de habeas corpus, mantendo na carceragem da PF o ex-governador do Maranhão, José Reinaldo Carneiro Tavares; o ex-servidor do Ministério do Planejamento, Ernani Soares Gomes Filho; o superintendente da Caixa, Flávio José Pin; o presidente do Banco de Brasília e consultor financeiro do Maranhão, Roberto Figueiredo Guimarães; e o secretário de Infra-estrutura do Maranhão, Ney de Barros Bello.
Também na noite de ontem, o ministro do STF negou o pedido de liminar para habeas corpus do servidor público do Maranhão Geraldo Magela Fernandes da Rocha. Ele foi assessor de José Reinaldo Tavares, ex-governador do estado.