O Ministério Público de Mato Grosso aponta que o governo estadual pagou R$ 26 milhões a mais para comprar 408 caminhões, que foram comprados com recursos emprestados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, no valor de R$ 241 milhões, e repassados para prefeituras juntamente com patrol, retroescadaveiras e pás carregadeiras. Gravações mostradas esta noite, pelo Jornal Nacional, apontam que as 4 concessionárias venderam caminhões com modelos semelhantes por R$ 246 mil. Vendedores de concessionárias informaram que caminhões iguais estão sendo vendidos hoje a partir de R$ 188 e R$ 192 mil. Levantamentos iniciais apontam que seria cerca de 16% a mais o valor total gasto com os caminhões em relação aos atuais preços de mercado.
O Ministério Público quer saber se as empresas cobraram a mais e se a diferença seria pagamento de propina para servidores estaduais. Conforme Só Notícias já informou, o governo afirmou ter feito auditoria e R$ 6 milhões já foram devolvidos pelas empresas para o governo. O secretário da Casa Civil, Eder Moraes, disse que não houve ilegalidade por parte do governo. “Não houve diria que houve algo ilegal. Se houve não foi por parte do governo do Estado”, declarou.
O inquérito também vai apurar o fato de não ter sido descontado o valor referente ao Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), conforme previsto no regulamento que dispõe sobre o assunto. O valor do desconto de ICMS que deveria ter sido aplicado no Pregão 88/2009 gira em torno de R$ 10,8 milhões. Investiga-se também a divisão do referido pregão em quatro lotes com o mesmo item e quantidade, sem comprovação de que o fracionamento era vantajoso para administração pública.
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