Os cortes no Orçamento da União voltam a ser discutidos amanhã, durante encontro entre o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, e líderes partidários no Congresso Nacional. A informação foi dada pelo próprio ministro, que hoje, se reuniu com o relator do orçamento, deputado José Pimentel (PT-CE), e com o presidente da Comissão Mista de Orçamento do Congresso, senador José Maranhão (PMDB-PB).
O encontro de hoje, segundo Paulo Bernardo, foi para retomar as discussões sobre os cortes, que haviam sido interrompidas com as festas de final de ano. Na reunião de amanhã, será apresentado aos líderes um relato sobre o andamento dos estudos sobre o ajuste no orçamento.
“Nós temos uma tarefa muita dura para fazer. Principalmente os cortes de R$ 20 bilhões, que certamente provocam algum desencontro de informações, alguma celeuma, mas a orientação do presidente Lula é fazer o trabalho combinando com o Poder Legislativo, que é quem está analisando o orçamento hoje”, disse o ministro.
De acordo com ele, só depois da discussão com os líderes, será possível partir para o detalhamento dos cortes. “A parte mais difícil é fazer esse corte virar realidade, detalhando para cada despesa, para cada ministério e para cada órgão.”
Paulo Bernardo também informou que haverá um corte proporcional na dotação de cada poder, sendo que cerca de 90% do ajuste irá atingir o Executivo. O relator José Pimentel informou que apresentará o parecer final sobre o assunto até o dia 12 de fevereiro. O deputado disse que a tese do corte linear está descartada e garantiu que todos, sejam da oposição ou da base do governo, serão tratados da mesma forma na hora da análise das emendas.
Quando à estratégia da oposição de retardar a aprovação do orçamento, Pimentel acredita que isso só irá prejudicar os 27 governadores e 5.562 munícipios. “O pacto federativo quer a aprovação do orçamento para que possam existir as transferências dos convênios. Sem orçamento não há transferência de convênios”, afirmou.