O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou hoje (7), ao chegar ao Ministério do Trabalho para a primeira rodada de negociação do novo salário mínimo, que iria propor o valor de R$ 367. As centrais sindicais reivindicam R$ 420.
O projeto de lei orçamentária encaminhado pelo governo ao Congresso apresenta um mínimo R$ 375, mas Mantega argumenta que esse valor está muito acima da previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). A previsão inicial do governo era de crescimento de 4,5%. Agora, a projeção oficial é de 3,2%.
Mantega disse que a proposta de R$ 367 é baseada num critério: “Significa a correção da inflação por inteiro e mais o PIB per capita. Isso significa um crescimento considerável. Não estamos falando de pouca coisa. É um aumento real, em cima daquilo – R$ 375 seria mais que o PIB nominal. Levando em consideração que o PIB este ano deverá crescer em torno de 3%, R$ 375 significa 4%. É um aumento maior do que se dá aos gastos com saúde, por exemplo”, afirmou o ministro.
Ele disse que está aberto para ouvir a proposta dos sindicalistas para ver se é possível “chegar a um denominador comum”.
Para o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o valor de R$ 367 é inaceitável. “Vamos ouvir o governo hoje, mas não pretendemos chegar a um acordo. Isso só deve acontecer em janeiro”, disse Paulo Prereira.
Sobre a correção da tabela do Imposto de Renda, outro assunto na pauta da reunião de hoje, o ministro não acenou com possibilidade de acordo. Ele disse que a proposta feita pelas centrais sindicais, de 7,7%, significa uma perda muito grande de arrecadação. Mantega lembrou que a correção de 3% no próximo ano, como está na proposta orçamentária que tramita no Congresso Nacional, já implica um sacrifício de R$ 800 milhões. “Tudo isso pesa. Nós estamos procurando desonerar outros tributos. Não dá para fazer tudo. Já chegamos num ponto limite”.
Além de Mantega, participam da reunião, representando o governo, os ministros do Trabalho, Luiz Marinho, da Previdência Social, Nelson Machado, do Planejamento, Paulo Bernardo, e o secretário-geral da Presidência da República, Luiz Dulci.
Pelas centrais sindicais, estão os presidentes da Força Sindical, Paulo Pereira de Souza, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique de Souza, da Central Autonomia dos Trambalhadores, Larerte Teixeria da Costa, da Social Democracia Sincical, Emilson Simões de Moura (Alemão), da Central Geral dos Trabalhadores (CGT). Antonico Carlos dos Reis (Salim), da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antônio dos Santos Neto, e da Nova Central, José Calixto Ramos.