O presidente do diretório regional do PSB e prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (foto), que até o ano passado dedicou apenas 5% do seu tempo às questões partidárias, já assume papel de destaque na articulação para a composição de uma aliança encabeçada pelo senador Pedro Taques (PDT) na disputa pelo governo de Mato Grosso.
Logo na primeira semana do ano, o prefeito tomou a frente nas conversas partidárias e vem traçando uma reforçada agenda política com lideranças de outras siglas para apoiar o projeto do pedetista. Foi ele o interlocutor da conversa com o presidente e o secretário do diretório regional do PR, deputado federal Wellington Fagundes, e deputado estadual Emanuel Pinheiro, respectivamente, nesta semana.
Desde o fim de 2013, ele alertava que, neste ano, se dedicaria mais às questões politicas. Apesar do ritmo intenso, Mendes, que comanda o Palácio Alencastro sem a ajuda de um vice-prefeito e garante que será possível conduzir os rumos do PSB para as eleições deste ano, sem perder o foco na gestão do município, que é sua prioridade. “As eleições não podem atrapalhar os trabalhos da prefeitura. Fui eleito para ser prefeito de Cuiabá. Esse é o meu maior compromisso”, ponderou.
Contudo, o prefeito avalia que, como agente político, a participação na disputa eleitoral, tanto no Estado, quanto nacionalmente, já que o PSB trabalha a candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, á presidência, será essencial.
Mendes é tido como um dos principais “cabos eleitorais” de Taques na empreitada para a conquista do Palácio Paiaguás. Mesmo entusiasmado com o projeto, ele tem o desafio de conquistar um lugar importante para seu partido na composição majoritária, já que a construção de uma aliança forte está fazendo com que os cargos na aliança sejam disputados pela sigla.
Neste caso, o principal embate, que pode levar a um racha interno nos partidos que originaram o movimento Mato Grosso Muito Mais (PDT, PPS, PV e PSB), seria a indicação para a disputa ao cargo de vice-governador. “O PSB quer participar da majoritária e na construção desse projeto fazendo as articulações politicas dentro da compatibilização de tempo, mas sempre priorizando a gestão, que esse é o nosso maior compromisso”, argumentou Mendes.
Com Taques encabeçando a chapa e a vaga para o Senado sendo ofertada aos demais partidos que vierem a compor o grupo, como o PR e DEM, por exemplo, PSB e PPS tentam emplacar um nome na aliança.
Presidente do diretório regional do PPS, o prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz, estaria insatisfeito com a falta de espaço para indicação do nome de sua esposa, Ana Carla Muniz, para vice. A dificuldade é porque este seria o cargo mirado pelo PSB.
Mendes nega que já haja alguma investidura sobre cargos na composição majoritária e afirma que os nomes a serem indicados só serão discutido na última semana antes das convenções partidárias, no fim de junho.
Já para o Senado, o prefeito de Cuiabá defende que não haveria problema em ter dois candidatos na chapa, a fim de amarrar o apoio do DEM, com a reeleição do senador Jayme Campos e do PR, com Fagundes concorrendo a uma cadeira. Mas a proposta não parece agradar às siglas, que querem prioridade para defender o projeto do pedetista.