Uma audiência com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), será agendada pela Comissão Parlamentar de Inquérito dos Frigoríficos, com o intuito de buscar melhorias para o setor pecuário de Mato Grosso. A ida ao Ministério da Agricultura, em Brasília, terá também a participação de técnicos do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea). Ontem, a CPI fez duas oitivas, uma com o presidente do Indea, Guilherme Linares Nolasco, e outra com o superintendente federal do Ministério da Agricultura em Mato Grosso, José de Assis Guaresqui.
O depoimento dos dois convocados pouco ou quase nada contribuiu com a CPI. Daí a proposta do presidente da comissão, deputado Ondanir Bortolini (PSD) para a audiência com o ministro Blairo Maggi. “Neste momento, precisamos unir forças para melhorar o setor frigorífico com o credenciamento de novas plantas para Mato Grosso, e entendo que a colaboração do ministro [Blairo Maggi] será fundamental para reverter esse quadro no estado”.
O relator da CPI, deputado José Domingos Fraga (PSD), reforçou a sugestão do presidente sobre o encontro com o ministro da Agricultura. Para ele, os últimos depoimentos dos convocados na CPI não estão enriquecendo os dados para o relatório final, e a reunião com Maggi pode ser uma das saídas para melhorar o setor.
“Os depoimentos de hoje praticamente não enriqueceram em nada do que já sabíamos. São números que já tínhamos conosco e precisamos buscar alternativas para melhorar nosso setor pecuário e, principalmente, na reabertura de plantas para que alguns empresários não deixem o estado por falta de estrutura”.
O presidente do Indea, Guilherme Linares Nolasco, iniciou o depoimento falando sobre o número do rebanho de gado em Mato Grosso, atualmente em quase 30 milhões de cabeças; deste total, 4,6 milhões de cabeças estão prontas para o abate. “Para chegarmos a esse número, trabalhamos com amostragem de rebanho direcionado nas vacinações oficiais. Temos o controle eficaz com ato declaratório, sendo que, quem deixa de cumprir a obrigação é fiscalizado pelo Indea”.
Na sequência, Nolasco mostrou ainda que o Indea trabalha com 240 médicos veterinários para fiscalizar todas as plantas do estado. “Estamos avançando muito, mas ainda precisamos melhorar muitos setores na agropecuária, encontrando novos caminhos para futuros investimentos”, apontou ele. “Acho que a CPI vai dar riqueza positiva para o setor produtivo da pecuária”.
Depois foi a vez do superintendente do Mapa, José de Assis Guaresqui, responder às perguntas dos deputados. Ele também mostrou números e apontou as deficiências do órgão para desempenhar o trabalho em Mato Grosso. “O Mapa tem deficiência no quadro técnico para atender demandas de todas as empresas, e ainda fazer as inspeções no estado. Contamos com a colaboração direta do governo estadual para diminuir nosso déficit de funcionários, que cede 29 servidores para conclusão da demanda”.
Na ocasião, Guaresqui falou que o momento não é prejudicial para o estado, porém, ele entende que os trabalhos da CPI proporcionarão uma mudança no setor pecuário estadual com sugestões e alternativas rápidas para atrair novos investidores em Mato Grosso.
“Sabemos que muitos pecuaristas deixaram o estado devido a problemas com fechamento de plantas, mas, com qualificação adequada e aumento nas inspeções, entendo que se possa fortalecer uma nova conjuntura de oportunidades”.