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Mauro espera que novo traçado ‘destrave’ projeto da ferrovia Sinop-Miritituba

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Só Notícias/Kelvin Ramirez (foto: Só Notícias/Lucas Torres)

O governador Mauro Mendes analisou, na sexta-feira, em Sinop, que mudança no traçado da ferrovia Sinop-Miritituba, a “ferrogrão”, entregue, há poucos dias, pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para o Supremo Tribunal Federal (STF). Mauro destacou a importância da ferrovia e disse que espera que agora o projeto possa avançar após ter ficado mais de 2 anos na justiça sendo discutido devido a impactos ambientais em parque nacional, no Pará, onde passaria parte do traçado do projeto original que acabou sendo mudado.

“Espero que sim, importante que haja essa ferrovia. Ela é fundamental para a logística de Mato Grosso, fundamental para exportações para o agronegócio e eu tenho convicção de que aqueles que defendem o Brasil, que querem o bem do país e que querem contribuir para a redução das emissões de carbono que estão afetando o clima, vão defender essa ferrovia”, disse o governador, em entrevista ao Só Notícias.

Mauro voltar a reforçar que o transporte ferroviário denigre menos o meio ambiente. “Por que ter milhares de carretas viajando 1,5 mil quilômetros não é razoável e nem racional, ninguém do mundo faz isso, só a gente no Brasil”, acrescentou.

Conforme Só Notícias já informou, o traçado da ferrovia possui 930 km de extensão para escoar safra agrícola do Nortão, Médio Norte, madeira e demais produtos até o porto de Miritituba no Pará. O ajuste no traçado proposto é no trecho paraense e que os trilhos, em 50 quilômetros dentro do parque do Jamanxin (PA), operem mais próximos da BR-163, na chamada “faixa de domínio”, sem mexer na demarcação.

A ANTT também manifestou que o projeto não precisa pedir passagem em terra indígena, mas as da Praia do Mangue e Praia do índio devem passar por oitivas e receber compensação por estarem a menos de dez quilômetros da chegada da ferrovia ao Rio Tapajós. Os estudos mostram que 60% do seu trajeto passa por área desmatada e a vegetação nativa afetada contará com reparação com plantio das espécies em área equivalente, informa o Valor Econômico. O estudo indica que a Ferrogrão pode cortar 40% das emissões de gases de efeito estufa (GEE), menos 3,4 milhões de toneladas/ano de CO2 e reduzir 20%, em média, o custo do frete da produção no Mato Grosso, frente ao uso de caminhões pela BR-163 ou ferrovias existentes.

O argumento de uso da faixa de domínio da BR-163 será defendido em audiência a ser marcada, com o relator do caso, ministro Alexandre Moraes, que determinou que deveria ter sido feito novo estudo sobre o traçado da ferrovia. A expectativa é que, de um lado, a mudança faça a ADI (ação direta de inconstitucionalidade) movida há alguns anos e que travou andamento do projeto, perder o objeto e, de outro, aumento de recurso para compensação socioambiental atenda às reivindicações de entidades envolvidas no debate sobre os impactos do projeto.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) espera que o leilão da concessão para a iniciativa privada possa sair ano que vem.

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