sexta-feira, 29/março/2024
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Mato Grosso recebe propostas para reflorestamento

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A Corporação Andina de Fomento (CAF) sinalizou interesse em financiar área de reflorestamento no Estado de Mato Grosso como forma de ativação de sistemas produtivos e alavancar a geração de emprego. O consenso para incentivo às atividades foi acordado em reuniões, organizadas pelo Governo do Estado, hoje, da direção do banco de financiamento com empresários e instituições representantes do setor.

Em missão técnica de busca de informações sobre áreas econômicas capazes de receber aporte de recursos da instituição, o banco realizou reuniões segmentadas para conhecer projetos em infra-estrutura (rodovias, saneamento e recursos hídricos), em negócios relativos ao meio ambiente e em políticas sociais, como linhas para o microcrédito. Um dos benefícios para essas áreas seriam baixo custo do dinheiro repassado e critérios mais flexíveis em relação a outras instituições financeiras internacionais.

O representante da CAF no Brasil, Jose Vicente Maldonado, disse haver sincronia de projetos de reflorestamento entre a instituição e as políticas do governador Blairo Maggi. “É um programa estratégico que a CAF já desenvolve em outros países com sucesso, são pequenos investimentos que geram um impacto grande no âmbito social, como no Peru e Equador”, conta.

A Corporação Andina de Fomento tem como acionistas 17 países, como Brasil, Argentina, Chile, México e Espanha e 16 bancos privados da América do Sul. Sua carteira total de ativos é de US$ 7,7 bilhões, dos quais, 45% alocada na área de infra-estrutura e 33% em desenvolvimento social, segundo informações do ano passado.

O secretário estadual de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Alexandre Furlan, relata as reuniões como a oportunidade do segmento de florestas plantadas receber novo impulso. Anualmente, há cada vez mais necessidade do potencial crescente de se financiar o setor.

“Conversamos com a CAF sobre um fundo de reposição de recurso para se fazer com que a atividade reflorestadora tenha um incentivo. Temos em Mato Grosso 18 empresas reflorestadoras com área de floresta plantada de 35 mil hectares”, diz Furlan sobre a apresentação de informações feitas ao banco. “Há expectativa da CAF de financiar o setor”, afirma.
Um obstáculo técnico para a concretização dos negócios, explica Furlan, seria o investimento no longo prazo necessário para os projetos de reflorestamento, algo em torno de 25 anos, quando a proposta da CAF é de no máximo 10 a 12 anos. Os financiamentos da instituição são para cultivo de eucalipto, com plantio, crescimento e corte com 12 anos. Mas para espécie como a teca, o tempo de investimento e retorno do produto é de 25 anos.

Nesta sexta-feira, Maldonado e outros executivos da CAF visitam empreendimentos de Mato Grosso em Nova Mutum e atrativos do ecoturismo, uma outra área que pode ser financiada, em Poconé e Chapada dos Guimarães.

O presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Nereu Pasini, identificou o encontro de sindicatos, empresários e associações do reflorestamento como uma nova fonte de recursos. “A CAF estuda possibilidade de aportar recurso em Mato Grosso para reflorestamento. Há procura por linha de crédito de reflorestamento Nós vamos apresentar projetos para eles financiarem a expansão de florestas”, afirma.

O principal atrativo, informa o presidente da federação, é a capacidade da cadeia reflorestadora gerar maior escala de emprego com investimento de baixo custo. “Para cada US$ 600,00 investido em reflorestamento, gera-se um emprego. É um segmento grande gerador de emprego com pouco investimento”, cita. “Uma indústria, necessita de US$ 16 mil de investimento, até consolidação do negócio, para gerar um emprego”, compara.

Em Mato Grosso, há aproximadamente 80 mil hectares com áreas de reflorestamento, seja para a indústria moveleira, de construção ou para finalidade energética, a partir da geração de vapor da combustão da madeira. “Temos necessidade de madeira para indústria de secagem de grãos também ou qualquer outra que utilize lenha para geração de energia. Eles têm projeto de reflorestamento”, reforça.

Tanto Furlan quanto Pasini explicam que há recursos burocráticos para o reflorestamento, o Pró-Natureza, mas cujos desembolsos são de difícil acesso para os empreendedores. A linha de financiamento está ligada ao Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) e um dos agentes de crédito é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Com prazo de 10 anos para carência e pagamento do recurso, com juros entre 8,75% e 14%, conforme classificação de pequeno, médio ou grande investidor.

Além de Maldonado, na manhã desta quinta-feira (23.06), reuniram-se com secretários do Governo do Estado, o vice-presidente da CAF, Antonio Juan Sosa; o vice-presidente de Banco de Investimentos, Peter Vonk; a vice-presidente de Desenvolvimento Social e Ambiental, Claudia Martinez e a executiva principal do Brasil, Vera Lucia Vicentini.

Pelo governo, discutiram os projetos de reflorestamento, além de Furlan, o secretário de Desenvolvimento Rural, Otaviano Pivetta; o presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEMA), secretário Marcos Machado e o secretário de Projetos Estratégicos, Cloves Vettorato. Entre os empresários, estiveram presente o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae, Jandir Milan e Afrânio Migliari, da associação dos reflorestadores de Mato Grosso.

No final da manhã, os dirigentes da CAF também fizeram visitas em projetos de saneamento em Cuiabá e Várzea Grande, para detectar realidade e as necessidades de investimento na bacia do rio Cuiabá. “As questões relacionadas com saneamento tem tudo a ver também com o meio ambiente, porque as maiores cidades de Mato Grosso, onde estão 50% da população, estão á margens de rios tributários do Pantanal”, comenta o secretário Vettorato.

O secretário de Projetos Estratégicos avalia como avançado o interesse da CAF de conceder apoio ao desenvolvimento de Mato Grosso, fator que fez, pela primeira vez, três vice-presidentes do organismo multilateral sair da sede do banco, em Caracas, e vir em um Estado brasileiro.

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