Manifestantes empunhando faixas com mensagens condenando a compra de votos estão aglomerados na frente da sede do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, em Cuiabá. Alguns são partidários do candidato derrotado Antonio Maroca (PMDB), que perdeu a eleição para Camassola por 33 votos. Eles aguardam o prosseguimento do julgamento do processo relativo à cassação do prefeito de Santa Carmem, Rudimar Nunes Camasola. Os manifestantes chegaram em dois ônibus, por volta de 10h.
Iniciado na semana passada, o julgamento será retomado logo mais, a partir das 18h. Na sessão anterior, o desembargador Antonio Bitar Filho pediu vistas do processo.
Camasola foi cassado em sentença prolatada pelo Juiz da 22ª Zona Eleitoral (sede em Sinop), que acatou denúncia de compra de votos. No dia 4 de outubro, um dia após a eleição, eleitores e políticos foram presos em flagrante, em Santa Carmem, por determinação da Justiça. Eles estavam em fila, recebendo pagamento. Foram apreendidos uma lista com cerca de 120 nomes, em ordem alfabética, com nome de eleitores para pagamento, e cerca de R$ 1.200,00.
Na sessão de quinta-feira passada, o relator do recurso de Camasola, juiz Alexandre Elias Filho, votou pela reforma da sentença, alegando não ter encontrado no processo “provas robustas (…) que ensejavam a condenação dos eleitos”. Para o magistrado, os eleitores presos eram cabos eleitorais, que trabalharam na campanha. Acompanharam o voto do relator os juízes Renato César Vianna Gomes e Marcelo Souza de Barros.
Além do desembargador Antonio Bitar Filho, faltam votar os juízes José Pires da Cunha e Milton Damaceno. O presidente do TRE Paulo Inácio Dias Lessa somente votará em caso de empate.