O governador Pedro Taques (PDT) informou que o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Guilherme Maluf (PSDB), pediu de volta o projeto de resolução que regulamenta o reajuste da verba indenizatória dos deputados que já havia enviado ao Executivo. Sob alegação de que houve um “erro material” o tucano publicou uma resolução pedindo a Taques a devolução do projeto para promover mudanças. A proposta da Mesa Diretora é elevar a verba de R$ 35 mil para R$ 65 mil, e conforme apurou o Jornal A Gazeta também seriam mantidos os pagamentos de outros auxílios como R$ 15 mil para o aluguel de até 3 carros por parlamentar e R$ 10 mil para aquisição de combustível.
A informação foi repassada pelo governador em coletiva no município de Campo Novo do Parecis (396 Km a noroeste de Cuiabá), onde participa do encerramento da 8ª edição da feira de agronegócio Parecis Superagro. Taques, no entanto, evitou comentar a iniciativa de Maluf de aumentar em 85% a verba indenizatória dos parlamentares sem a necessidade de comprovar a aplicação dos recursos. A medida vem sendo criticada pela população diante das alegações do tucano que assumiu a presidência da Assembleia pregando contenção de gastos, moralidade e demitiu de forma coletiva 858 servidores comissionados da Casa logo no começo da gestão inviabilizando o funcionamento do Legislativo Estadual.
“Não cabe ao Poder Executivo discutir quanto que deputado vai receber. Eu respeito a independência do Poder Legislativo. Numa democracia não cabe ao governador fazer o autogoverno das verbas da Assembleia Legislativa. Portanto, o presidente da Assembleia solicitou a devolução do projeto e ele alegou a existência de erro material e nós estamos devolvendo esse projeto”, destacou Pedro Taques.
É provável que o tucano promova alterações no projeto após ser bastante criticado. Aprovada em 2 votações, a mensagem 25/2015 prevê prevê que a VI R$ 35 mil seja elevada para R$ 65 mil mensais, para valer desde o dia 1º de março. Em nota publicada nesta quarta-feira, Maluf negou que a Mesa Diretora tenha mantido o pagamento de outros auxílios além da verba de R$ 65 mil.
Feira – Além de comentar sobre a importância econômica da feira Parecis Superagro, o governador também fez um breve balanço das ações que foram implementadas nos 100 dias de seu governo. Reforçou a importância das auditorias determinadas em obras em andamento que foram suspensas, bem como nos pagamentos de empresas que prestaram serviços ou venderam para o Estado na gestão passada. “ E preciso fazer auditorias, nós não podemos esquecer o passado tão rapidamente e aliás, se nós tivemos quase 58% dos votos no Estado, foi em razão do nosso compromisso com a lisura, com a ética na administração pública. Agora, precisamos também fazer, nós faremos e já estamos fazendo”, destacou.
O governador disse que feira que desenvolve o que tem de melhor no Estado, lembrando que 70% do milho de pipoca é produzido em Campo Novo do Parecis e 65% do girassol também o que prova a força da região. “Nós sabemos que o agronegócio representa a maior parte da economia do nosso Estado, do PIB do nosso Estado. Nós temos produtores que desenvolvem a tecnologia, a quantidade de tecnologia que tem embarcado no grão de soja é algo assustador e a consequência é o que estamos produzindo hoje. Portanto, eventos como esses que têm desenvolvimento tecnológico pra nós, eu faço questão de fazer o apoio”.
Taques também teceu críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e principalmente ao seu antecessor Silval Barbosa (PMDB). “Mato Grosso é um Estado muito forte. Agora, temos que reconhecer que a administração passada foi de uma incompetência abissal, uma incompetência maior que os campos de soja de Mato Grosso no trato com a coisa pública”, afirmou o pedetista.