Articulada desde o início da semana, a retirada dos deputados estaduais José Carlos do Pátio (SD) e Pery Taborelli (PV) da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar a concessão de cartas de crédito a 47 membros do Ministério Público Estadual (MPE) foi concretizada no último dia de trabalhos da Assembleia Legislativa antes do início do recesso.
Taborelli, que vinha sendo cotado para a presidência das investigações, foi substituído por Max Russi (PSB), que assumirá o comando dos trabalhos. Já Pátio terá a vaga que até então era sua ocupada pelo deputado Gilmar Fabris (PSD). Nos bastidores, a informação é que Taborelli desistiu de compor a CPI ao perceber que não conseguiria ser presidente da comissão. Não havia consenso sobre o nome dele para o cargo. Pátio, no entanto, teria deixado o grupo contrariado. O parlamentar teria cedido somente porque Fabris é líder do bloco partidário do qual ele faz parte.
Acontece que Fabris se licenciou das atividades parlamentares. O pessedista atendeu a uma determinação do partido para ceder espaço ao primeiro suplente de sua coligação, o ex-prefeito de Acorizal e ex-presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Meraldo Sá (PSD).
De acordo com o presidente da Mesa Diretora, o deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB), Pátio continua como suplente da CPI e poderá atuar durante a licença de Fabris. Outra possibilidade é que o pessedista fique fora da Assembleia por um período de apenas 30 dias, o que corresponderia a boa parte do recesso parlamentar, de acordo com o tucano.
A articulação para retirar Taborelli e Pátio da CPI teria ocorrido por conta da “instabilidade” dos dois deputados. Os rumores são de que a Mesa estaria preocupada com a chance de as investigações saírem de controle, com a presença de ambos na comissão, e acabarem desgastando a relação institucional que o Parlamento tem com o Ministério Público.