Enquanto o vice-governador eleito, Otaviano Pivetta (PDT) deu um “chega pra lá” na turma que pensava em pedir um emprego a ele no governo de Mauro Mendes (DEM), que começa no dia 1º de janeiro, com uma carta manuscrita num guardanapo de papel e publicada nas redes sociais, o ex-governador Júlio Campos, uma das principais lideranças do Democratas em Mato Grosso, foi mais político para afastar os pedinchões e soltou um áudio num aplicativo de mensagens coletivas dizendo que “lamenta” não ter poderes para fazer indicações.
“Nesta história de cargo comissionado no governo Mauro Mendes, a pessoa interessada tem que procurá-lo diretamente ou quem for ser o chefe da Casa Civil. Infelizmente não seremos nós, portanto, lamentavelmente, o governador do Estado é que vai decidir essas coisas e não podemos interferir em contratação de ninguém. Por isso, lamento, mas aqueles que queiram procurar cargos de comissão … o nosso compromisso é fazer um bom trabalho por Mato Grosso, não nomear ninguém para cargo comissionado. Isso é competência exclusiva de sua excelência o governador, que foi eleito para isso, ou na ausência dele, o seu vice”, desobrigou-se Júlio Campos.
A declaração de Júlio foi logo após o seu filho, Júlio Campos Neto, ter publicado nas redes sociais que os Campos nunca abandonam “companheiros e companheiras em beira de estrada” e que os interessados em trabalhar no governo poderiam procurá-los que seriam bem atendidos e teriam o currículo entregue a Mendes. Depois, Campos Neto fez nova publicação reforçando que não estava oferecendo cargos, apenas recebendo currículos para entregar ao governador eleito.
Ao Só Notícias, Júlio Campos explicou que vinha recebendo muitos pedidos de indicações, o que ele considera justo e entende a vontade dos colaboradores de campanha comporem o governo, e que, após a publicação de Pivetta, se sentiu à vontade para expor a situação. “Se o Pivetta disse que não pode fazer indicações, quem sou eu para fazer? Ele já disse que vai ficar tudo com o Mauro e nós respeitamos a decisão”, declarou.
Conforme Só Notícias já informou, Pivetta deu um recado aos “amigos” dizendo que somente Mauro Mendes vai nomear os cargos comissionados para se livrar dos pedidos. “Comunico respeitosamente que os cargos comissionados serão usados pelo governador para bem governar Mato Grosso. Eu não indico nem irei nomear pessoas no governo. Foi a vontade de ‘Deus’ e do povo que elegeu Mauro e Otaviano para mudar Mato Grosso. A primeira atitude nossa será extinguir esta prática que privilegia alguns em prejuízo de quase todos”, justificou.
Quem pensa em pedir um cargo comissionado ao próprio governador eleito também terá suas chances reduzidas. No começo do mês, Mauro Mendes (DEM) anunciou que vai promover uma reforma administrativa diminuindo as secretarias estaduais de 24 para 15 e cortando cerca 3 mil cargos comissionados.
