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Lula faz reunião emergencial para conter CPI e crise política

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou reunião de emergência hoje à noite na Granja do Torto com alguns ministros e aliados. Vai tratar da CPI dos Correios e da estratégia a ser adotada diante da crise política em que mergulhou seu governo.

Lula encontra na volta de sua viagem ao Japão um cenário deteriorado, mais delicado do que há uma semana. O presidente deixou o país na esperança de que uma operação abafa evitasse a criação da CPI. Não deu certo. Agora, terá de decidir entre tentar controlar a comissão, interferindo como for possível em seu funcionamento, ou radicalizar e não dar quorum para que a CPI funcione. Ambas as opções embutem riscos e desgastes de difícil cálculo.

O presidente, que terminou ontem em Nagóia (Japão) seu giro de seis dias pela Ásia, manteve-se informado o tempo todo por telefone dos desdobramentos políticos que resultaram na criação da CPI. Sua chegada a Brasília estava prevista para as 7h30 de hoje. A reunião de emergência está prevista para a noite, mas ainda pode vir a ser desmarcada devido ao vazamento de que se realizaria. Lula já cancelou encontros desse tipo quando foram descobertos antes de serem realizados.

Além da CPI dos Correios, avolumaram-se indícios de que em outras estatais, como IRB (Instituto de Resseguros do Brasil), Furnas, Infraero e Eletronuclear, há loteamento político de cargos, tráfico de influência e favorecimentos de aliados do governo.

A revista “Veja” desta semana mostra como o corretor de seguros Henrique Brandão, amigo íntimo do líder do PTB na Câmara, deputado Roberto Jefferson (RJ), foi beneficiado por contratos milionários a partir de indicações das diretorias da Infraero e de Furnas junto ao IRB. O mesmo esquema de tráfico havia sido revelado na quinta-feira pela Folha em relação à Eletronuclear.

A revista “Veja” traz ainda o depoimento do senador Fernando Bezerra (PTB-RN), líder do governo no Congresso, segundo o qual uma indicação sua para uma diretoria estratégica dos Correios não foi consumada porque o PT, detentor da vaga, tinha interesse em preservá-la até o desfecho de uma licitação graúda da qual participa a Novadata –empresa de Mauro Dutra, velho amigo de Lula. O caso já havia sido revelado pelo Painel da Folha na terça-feira da semana passada.

“Lula não manda”

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, voltou a atacar ontem o governo. Num discurso duro em seu giro pelo interior do Estado, disse em Bauru que “Lula não manda e o governo não funciona”. Às estocadas da oposição, soma-se ainda contra o governo o clima de guerra entre uma parte da bancada de deputados do PT –14 parlamentares mantiveram apoio à CPI– e os moderados do partido.

Enquanto esteve fora, Lula conversou diariamente com Dirceu, que assumiu a articulação política na prática, e com Aldo Rebelo (Coordenação Política). “O presidente está ciente de todo o quadro e saberá tomar as medidas para dar uma virada geral”, disse José Genoino, presidente do PT.

Preocupado com a forma correta de reagir ao cenário atual, Lula preferiu se calar em relação ao imbróglio doméstico. Passou a viagem sem responder a nenhuma pergunta política. Reclamou fortemente da mídia na noite sexta-feira, quando jantou com brasileiros na casa do embaixador do Brasil em Tóquio.

Para o presidente, a imprensa exagera com o noticiário negativo sobre a CPI. “Amanhã [sábado], se eu estiver com vontade, eu falo”, declarou para os presentes. Não falou.

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