domingo, 5/maio/2024
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Líderes políticos fogem da disputa eleitoral em Mato Grosso

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Faltando menos de nove meses para a eleição, o quadro da sucessão em Mato Grosso, a exemplo de 2002, se mostra atípico: um candidato confirmado a reeleição, o governador Blairo Maggi, com o projeto já definido, faltando apenas fechar os detalhes; e uma outra postulação apontada como natural, a da senadora Serys Slhessarenko pelo Partido dos Trabalhadores, que, neste momento da vida partidária, exige uma candidatura própria para começar a se refazer da avalanche que caiu sobre a instituição política. No que poderia imaginar uma disputa bem mais acirrada, exala no fato de que os chamados grandes “caciques” das siglas partidárias estão, neste momento, em busca de outros objetivos.

A começar por Dante de Oliveira, considerado um dos maiores líderes políticos de Mato Grosso. Ele já deixou claro: não disputará o Governo do Estado agora em 2006. Talvez em 2010. Hoje Dante procura uma reafirmação política. Com a derrota ao Senado Federal, ficou sem mandato e sem o que os políticos consideram como fundamental para sua sobrevivência: a tribuna. E desde que o processo sucessório se instalou, o ex-governador deixou claro que suas pretensões agora é retomar na Câmara dos Deputados o caminho perdido em 2002.

Presidente do principal partido de oposição ao Governo, o PSDB, Dante vem tentando a todo custo “forjar” uma candidatura para contrapor a Blairo Maggi. Até aqui, porém, não obteve êxito. Os tucanos anunciaram dois pontuais nomes, o do prefeito Nilson Leitão, de Sinop, e do ex-governador Rogério Salles. Ambos, no entanto, após o primeiro impacto, acabaram declinando da “oferta”. Até porque as sondagens dos institutos de pesquisas, até aqui, têm sido implacáveis contra os eventuais adversários do governador, que vem gozando de popularidade acima de 65%.

Como Dante, há outros de igual importância político-partidária na mesma situação. Exemplo: Carlos Bezerra, que ganhou o comando do Estado na mais retumbante vitória eleitoral para o cargo. Político tradicional da região Sul de Mato Grosso, Bezerra nem ousa em tratar do assunto e segue o mesmo caminho de Dante, com quem militou ombro-a-ombro no passado: procura dentro do PMDB histórico um nome. O que mais vem aparecendo – e que não disse “não” ao projeto – é o atual presidente da Assembléia Legislativa, Silval Barbosa, cuja base eleitoral está sediada no Norte do Estado, onde Maggi goza da mais alta popularidade.

Do outro lado, está Jaime Campos, apontado como um dos políticos que atuaram de forma direta na modernização da gestão pública. Um dos líderes dos partidos que integram a base de sustentação do Governo Maggi, Campos também não demonstra ambição por voltar ao mais alto comando de Mato Grosso. Mesmo com o impasse da verticalização que poderá inviabilizar uma aliança entre o PFL, seu partido, e o PPS do governador Maggi. Até aqui, Campos têm se colocado como candidato ao Senado Federal, numa disputa contra Pedro Henry, do PP, partido que deverá estar coligado ao PPS – um dos fatores facilitadores para Henry.

A única articulação possível para o surgimento de uma candidatura mais consistente – fora a da senadora Serys, que vem para a disputa em qualquer circunstância – seria a hipótese de uma aliança entre o PFL e o PSDB, que articulam uma aliança para disputar a sucessão de Lula. Mas não prospera. Em Mato Grosso, os dois partidos sempre estiveram em posições opostas. Ademais, mesmo com os tucanos considerando a hipótese, os vetos dentro do PFL seriam grandes. A começar pelo próprio “cacique” Jonas Pinheiro, que até ensaiou uma candidatura ao Governo, mas desde que Maggi, a quem tem como “pupilo”, não fosse candidato: tese descartada. Um nome que poderia disputar o Governo é de Antero de Barros, que cumprirá em 2006 o seu último ano como senador. Todavia, o político tucano deverá optar por dois caminhos: 1) ser candidato a reeleição e, 2) retornar a Mato Grosso como deputado estadual.

“Dante de Oliveira, Carlos Bezerra e Jaime Campos, apontados como grandes líderes partidários de Mato Grosso, têm hoje um só objetivo: ganharem uma eleição para permanecerem no mundo político” – analisa um articulador político. Nesse caso, disputar o Governo de Mato Grosso contra um governador de plantão “é visto como correr riscos desnecessários”. A vitória para ele, assim como para Ricarte de Freitas, que lidera o PTB, e, Wellington Fagundes, do PL, são vistas como essenciais, embora tanto Freitas como Fagundes estejam cumprindo mandados.

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