O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), pediu hoje, ao final da sessão da CPI dos Bingos, a renúncia do ministro Antonio Palocci (Fazenda). “Ele não é mais meu ministro, não é mais o ministro do país”, afirmou.
Ele adiantou que, em plenário, dirá não haver mais condições para que Palocci continue à frente da pasta em função das denúncias que pesam contra o ministro, em especial a apresentada pelo caseiro Francenildo Santos Costa.
O caseiro disse ter visto o ministro na casa de ex-assessores da Prefeitura de Ribeirão Preto, alugada supostamente para promover festas e negócios irregulares. A CPI dos Bingos investiga se o ministro teria facilitado os interesses dos amigos na máquina pública.
Virgílio adotava discurso cauteloso ao tratar de Palocci. Antes da convocação do ministro, chegou a dizer que não era favorável à presença de Palocci, pois poderia desestabilizar a economia.
Nesta quinta-feira, diante da liminar concedida pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e do depoimento incompleto do caseiro, afirmou não haver mais condições de Palocci continuar no governo.
Outro lado
O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou que, na sua avaliação, não “pegou mal” para o ministro a decisão do PT de recorrer ao Supremo para impedir o depoimento do caseiro.
“Não pega mal para ninguém. Nem para o PT, nem para o ministro. O PT agiu seguindo a lei. A tese é que se cumpra a lei. Cabe à CPI constitucionalmente investigar os fatos determinados.”
Chinaglia defendeu ainda uma investigação profunda na vida do caseiro. “É evidente que um caseiro tão saliente que consegue ver dinheiro onde não viu é que tem que dar explicações”, disse.